quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

DE PASSAGEM







Somos um rio um rumor
que se derrama
ponte que suporta
o ritual das passagens
na ladainha corrente
dos nossos passos

um rio vagaroso
que desprende margens
se demora em viagem
braços abertos
uma ponte em construção

quase eternos
de passagem


eufrázio filipe


sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

TUDO PELO MELHOR





As felicidades serão um ponto de chegada ou os seus caminhos?

Todos os dias a construir memórias e amanhãs
na diferença
desejo-vos tudo pelo melhor
em família e outros amigos


eufrázio filipe

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

PELA VIDA FORA







Estava em desassossego
a despertar o timbre
de outros mares
quando lançaste uma flor para o palco

uma flor vermelha
de lábios doces
que recolhi pétala a pétala

nunca soube quem és
muito menos do teu jardim

mas sei que me acordaste
pela vida fora



eufrázio filipe

(chão de marés)

sábado, 7 de dezembro de 2019

SIMPLESMENTE NÃO CHOVIA






Nas faldas da escarpa
pela estrada fora
em todos os apeadeiros
chovia um rio sem margens

água desprendida
não coada pelos céus

sem dogmas
quase épica a chuva
em cânticos solenes
purificava a boca das sementes

pela estrada fora
olhos postos nos belos relâmpagos
deram um abraço

simplesmente não chovia



eufrázio filipe

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

É MANHÃ DE CANTAR







Onde se desnudam espelhos
asas passos e remos
se agiganta o rumor das águas

conquistas lentas
que movem gestos simples
e um arado

é manhã de  cantar
levar o corpo ao vento



eufrázio filipe

terça-feira, 26 de novembro de 2019

LÁBIOS DE ROMÃ







Nesta ilha
construida a pulso
rodeada de sonhos
e jangadas imperfeitas
decidimos navegar
abolir todos os destinos
agitar as águas

a noite não estava clara
mas via-se

as romãs abriam os lábios
para o mar


eufrázio filipe

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

À FLOR DA PELE







Sempre quiz
dar às palavras
a leveza das cinzas
o imaginário dos pássaros
quando voo

desejos incontidos
a desbravar caminhos
no espelho das águas

o belo o pão e o sal
à flor da pele
um beijo
nos mastros mais altos da vida


eufrázio filipe


sexta-feira, 15 de novembro de 2019

INTEMPORAIS





No Outono não há verdadeiras tempestades
apenas caem línguas das árvores
ao sabor do vento
folhas exauridas no chão que pisamos

No Outono canto
o ciclo desigual das marés
oculto no coração das pedras
o sol exposto
e branco dos teus cabelos

As verdadeiras tempestades
intemporais
abrem-se em flor
simplesmente para ver
um relâmpago nos teus olhos


eufrázio filipe

domingo, 10 de novembro de 2019

A CHAMA INTEIRA







Na cadência das marés
sussurro esta fala
quando escrevo

conjugo insurgente
nas paredes do cais
uma festa de maresias silabadas

passo a passo
a chama inteira
para lá do azul


eufrázio filipe

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

A DARDEJAR







Passo a passo
no desassossego das marés
inconformado
desde o primeiro grito

atravesso por um fio
a distancia que nos aproxima

trespasso
volvidos tantos mares
na presença límpida
de uma flor
este chão de náufragos

passo a passo
pétala a pétala
em pleno voo
a dardejar

há pedras que falam
por gestos



eufrázio filipe


sábado, 26 de outubro de 2019

SILENTE O CHÃO SE ALEVANTA






Quando eras um rio
a rasgar caminhos vertiginosos
as escarpas seguiam
imaculadas os teus olhos
os peixes ficavam vermelhos
na tua boca
nidificavam entre margens
enleados num abraço de limos

quando a sombra das pontes
nem sequer eram fronteiras
e eu disse que os rios viajam
do ventre até à foz
tu sabias que só o mar
os acolhe

quando eras um rio
eu dava os primeiros passos
na água

a desconstruir muros
silente o chão
se alevanta
nas nossas mãos



eufrázio filipe
"Chão de Marés"


domingo, 20 de outubro de 2019

UM PÁSSARO NOS MEUS DEDOS






No rescaldo de um fósforo
ainda ardiam palavras
por sobre as águas

em viagem
a pensar por todos os póros
revi-te apócrifa
a tecer um pássaro
nos meus dedos

pequenos amplos gestos
no velho cais
contra todos os destinos

e se tivéssemos um barco
seria inútil


eufrázio filipe

terça-feira, 15 de outubro de 2019

SOLTÁMOS OS BARCOS







No regresso à velha casa
respirámos fundo
nas paredes do cais

lá  estavam organizados
numa pauta de sons
silvos sulcos lábios

timbres no desassossego das marés
a desvendar como se movem
águas margens  sonhos

No regresso à velha casa
beijámos pedras sedimentos
soltámos os barcos

e partimos



eufrázio filipe

terça-feira, 8 de outubro de 2019

PRISIONEIROS DO SONHO






Como se fôssemos livres
e somos
para lá dos limites
num traço a pulso
esculpido no pomar das marés
dormem anjos
a fingir de pássaros

desenham barcos
para que tudo aconteça
passo a passo
por sobre as águas
respiram pelas narinas do vento
incansáveis
sopram contra o vento 

prisioneiros do sonho



eufrázio filipe
(revisitado)

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

FREITAS DO AMARAL PAZ À SUA ALMA





Em 1974 Freitas do Amaral disse que não era um democrata. 
Discípulo do regime da ditadura, fundador do CDS votou contra a Constituição após o 25 de Abril. 
Recuperado pelo PS há quem lhe chame hoje, no dia da sua morte, um fundador da democracia. 
O futuro pode ser surpreendente quando se tentam branquear memórias. 
Paz à sua alma


quinta-feira, 22 de agosto de 2019

PS DISPARA ATÉ NOS PRÓPRIOS PÉS


 


O PS mesmo com os benefícios da "geringonça" sempre se aliou às direitas políticas para definir a sua estratégia. 
Em pré-campanha eleitoral na obsessão incontida pela maioria absoluta dispara em todas as direcções - até nos próprios pés. 

eufrázio filipe

terça-feira, 23 de julho de 2019

segunda-feira, 15 de julho de 2019

NO PRINCÍPIO DOS PÁSSAROS






Nunca foi importante
salvar o mundo
construir poemas
com palavras inintelegíveis

saber se és vento
barco relâmpago
mulher incerta
metáfora
escarpa
ou flor de estação

importante é quando passas
corpo de seara
sem magoar os cravos

e dulcíssima te desfolhas

Sempre me apaixonei
por esta desordem de cores
quando passas

não pelos teus passos
mas pela sua leveza
como no princípio dos pássaros


Eufrázio Filipe
(Chão de marés)


terça-feira, 2 de julho de 2019

CADEIRAS VAZIAS





Em cardume
nos olhos dos peixes
lá estavam os pescadores

Na véspera dos relâmpagos
e outros afectos
dulcíssimos corações
clareavam as noites
e nós só podíamos fazer 
o que fizémos

sentámos à mesa
os ausentes
levitámos em voz alta
o sussurro das marés
recolhemos metáforas
e algumas estrelas
no chão das águas

soltámos um grito

celebrámos as cadeiras vazias


eufrázio filipe
(reconstruido9

quarta-feira, 26 de junho de 2019

AREIA POR ENTRE OS DEDOS






Descalço corri
desertos marés palavras e ventos
só para te ver
formosa duna

estavas de vigília em vão
colar de limos ao pescoço
quase vegetal nas areias

O mar já tinha invadido
os teus barcos mais restritos

a luz ardia na praia
os nossos barcos preferidos

Descalço corri
só para te ver
formosa duna

estavas a dormir silvestre
no chão das memórias
areia
tão livre de fronteiras
por entre os dedos


eufrázio filipe


domingo, 16 de junho de 2019

NA PAUTA DAS PALAVRAS






Quando reivindico um sopro de musica
para o teu andar de ancas vagaroso
sobre a nudez branca das dunas
é para despertar o sabor do vento
desfolhar os teus cabelos em partículas

um futuro quase divino
para as aves marinhas perfumarem
as clareiras solares mais íntimas deste espaço
um porto seguro para o teu corpo
jangada efémera de cristal

Quando reivindico para ti um sonho verdadeiro
brotas do chão como um pomar de faúlhas
dás de beber a todos os pequenos rituais
como se fôssemos uma lenda
em viagem sinuosa pelo tempo

És a pátria em alvorada que navego
e me desprende
o acesso intangível às brevíssimas papoilas
grão de areia esculpido com amor

mãos sedutoras
cúmplices
na pauta das palavras



eufrázio filipe

terça-feira, 11 de junho de 2019

RUBEN DE CARVALHO HONRA OS MILITANTES DA VIDA





Um Homem inteiro que honrou os militantes da vida.
Partiu mas não se vergou.
Ruben de Carvalho será sempre uma referência de valores
que não deixaremos morrer


sexta-feira, 7 de junho de 2019

O CHÃO DOS BARCOS (2)







Com pés ancorados
andamos desandamos
criamos raízes
para voar
palavras mais leves que o vôo

cúmplices de memórias
maternidade de pássaros
despontamos por sobre as águas
folha ante-folha

beijamos o chão dos barcos
num abraço de limos
e partimos
conforme as marés


eufrázio filipe

segunda-feira, 3 de junho de 2019

OS JACARANDÁS JÁ ESTAVAM A FLORIR





Sem o PAN que não é um Partido ecologista mas se prepara para estar na moda passageira, lá fomos visitar a Feira do Livro.
Eu e o mais velho Serra da Estrela de uma bela ninhada.

Para nosso espanto vedaram a entrada ao meu amigo.

Não é fácil dialogar com seguranças mas lá acordámos.
O OLI ficou com o policia por um instante e eu comprometi-me a ser breve.

Regressei com um livro que ofereci ao policia.

"Cão como nós" do Manuel Alegre.

Comovido o policia agradeceu - e nós regressámos ao alpendre - tristes sem farejar a Feira do Livro - mas os jacarandás já estavam a florir.


Eufrázio Filipe

terça-feira, 28 de maio de 2019

OS NOSSOS "MILAGRES " SÃO FÁCEIS DE EXPLICAR






Muito antes da casa
aqui passava um rio de pomares
nas margens
cohabitavam romãs
que ainda hoje
projectam na água
o corpo que lhes dá forma

resistem

Simplificando

Aqui nas paredes da casa
onde passa um rio
não há romãs
mas de tão desejadas
existem vermelhas

repartem-se como pão
bago a bago
nos nossos lábios

e assim aprendemos
que os nossos "milagres" 
são fáceis de explicar


eufrázio filipe

quinta-feira, 16 de maio de 2019

UM "FÓSFORO NA PALHA"






No limite da luz
debrucei-me para ver
uma flor
soltar pétalas

mover-se 
numa lufada de vento
onde se derrama
sem muros nem amos

uma flor de fragâncias
que se atiça
em pleno vôo
nesta pátria desnavegada

Debrucei-me para ver
da minha escarpa
o fulgor da vertigem

Lá estarei 
na fenda da urna
a depositar
um "fósforo na palha"


eufrázio filipe

quarta-feira, 8 de maio de 2019

NESTA ILHA






Nesta ilha de metáforas
e outros destinos
rodeados de sonhos
sequestrados no paraíso

temos tudo

memórias e amanhãs

menos um barco


eufrázio filipe

domingo, 5 de maio de 2019

NO PALCO DOS TRANGALHADANÇAS



Com o PSD dividido e o CDS tresmalhado 
ambos recuaram, juntaram~se ao PS e assim quase tudo congelado ficou mais claro 
para quem trabalha. 
Uma vez mais PSD e CDS rodopiaram no palco dos trangalhadanças. 



sexta-feira, 3 de maio de 2019

LÁGRIMAS DE CROCODILO




A maioria parlamentar possibilitou um governo global positivo para o país 
travou o desastre das direitas mas não impediu a defesa dos direitos de quem trabalha 
nem a identidade dos Partidos que o suportam 
A proximidade de eleições não pode justificar a ausência de uma crise 
Os únicos incoerentes e oportunistas foram as direitas desunidas
em queda abrupta


segunda-feira, 22 de abril de 2019

FLOR DA ABRIL






Hoje vi com os meus olhos
uma santa mulher
asfixiar um pássaro
nas mãos
só para desenhar no chão
a dor que sentimos

Chamei-a
para deixar nas areias 
um beijo côncavo
e permanecer
até a memória arder
os últimos barcos
as algas discernirem
de olhos abertos
todos os ritmos das marés

Chamei-a
para esgrimir contra
a invenção dos destinos
erguer o seu corpo
de grânulos
e recolher todos os beijos disponíveis

Chamei-a
para acordar o sono
deste chão
libertar os pássaros

Vi uma mulher
amada
esculpida na praia
em pleno voo
que ainda hoje
traz nos lábios
a minha flor de Abril



eufrázio filipe

quinta-feira, 11 de abril de 2019

EM PLENO VOO POR UM GRÃO DE AREIA







Não são únicos os caminhos

mesmo quando se cumpre
a rota dos sonhos
e os barcos se despem
de destinos por sobre as águas

Já tínhamos visto longe
a céu aberto
palavras íntegras
a respirar por guelras

pétalas a despontar nos desertos

mares a gorgear
na folhagem das escarpas
noites claras
ao som do relógio de pêndulo

Não são únicos os caminhos

mesmo quando andamos
a sibilar no vento
desapercebidos do pássaro
que renasce em pleno voo

por um grão de areia


eufrázio filipe

terça-feira, 2 de abril de 2019

VERDADES IMPROVÁVEIS (2)





Na ausência de palavras
desenhei uma flor encarnada
neste chão de marés

soltei-lhe as pétalas

cadenciadas
silvestres
musicais

agarrei o vento pelas crinas
esculpi um grão de areia
para a vida despontar num sopro de vento
e a luz se libertar
pelas fissuras da pedra

convoquei pássaros
resgatei memórias
e outros silêncios

escrevi de novo
verdades improváveis

inesperadamente
hoje não quis salvar o mundo


eufrázio filipe

(Chão de claridades)

terça-feira, 26 de março de 2019

UM DEUS ENTRISTECIDO






Os teus olhos pássaros espantados
dedilham um rio
à flor da pele

mas o que mais me doi
é a expressão
de um deus entristecido 
que não canta
por falta de espaço


eufrázio filipe

terça-feira, 19 de março de 2019

NA LINGUAGEM DOS ESPELHOS







"Sem o conflito dos espelhos"
silvestre a lamber o leito
por onde corre
num acorde de timbres
desgrenhado o rio
da minha aldeia
atravessou passo a passo
a sombra das pontes

desaguou
quase perfeito

a remar

na linguagem dos espelhos


eufrázio filipe

sexta-feira, 8 de março de 2019

SEM MUROS NEM AMOS





As andorinhas chegaram mais cedo
ao seu ninho preferido
o de sempre

Os senhores do mundo
que não são os senhores da vida
designaram dias
para todos os santos

criaram
não o dia das andorinhas
mas o dia das mulheres

Na verdade dos desertos
há flores nas areias
mulheres que valem por si

atravessam oceanos
rasgam o chão

São as mulheres que amo
com asas

sem muros nem amos


eufrázio filipe

domingo, 24 de fevereiro de 2019

NO CORAÇÃO DAS PEDRAS HÁ PÁSSAROS EM RISTE





Quando chegaste
sangravas de uma asa
menina dos meus olhos
pátria efémera
a rasgar palavras
despida de tudo

regressaste ao concerto
dos meus silêncios preferidos
vestiste a cal de branco
num véu de noiva

 escreveste uma frase
trinada nas paredes da casa
que ainda hoje conservo

no coração das pedras
há pássaros em riste


eufrázio filipe

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

AMPLAS CLARIDADES






A última folha do Inverno
em pleno voo
cansada de todos os brilhos
libertou-se
quase efémera
num dédalo de luz

Ariadne desvendou os seus contornos
na inocência dos espelhos
celebrou por instantes
amplas claridades
e os barcos
para afagarem a sua nudez
se fizeram ao mar


Eufrázio Filipe

domingo, 10 de fevereiro de 2019

PALAVRAS DESPRENDIDAS


                                                  Siegfried Zademack




Não fosse
o azul dos céus e dos mares
não teria esculpido um verso
nas águas um traço
construído um barco
no imaginário dos pássaros
contra o vento 

o poema não teria gestos
muito menos um caminho
a dardejar nos mastros

palavras desprendidas
mais leves que o voo
nos teus lábios


Eufrázio Filipe


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

UMA NESGA DE MAR


                                             magritte



Andam por aí
a construir barragens
contra as águas dos rios

mas no cais da minha aldeia

uma nesga de mar

por entre mastros ancorados
desenhou um pássaro
para voar



eufrázio filipe
"chão de marés"

domingo, 27 de janeiro de 2019

ONDE VIAJO





Há um sulco invisível
nas águas
onde viajo
e me transformo



eufrázio filipe

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

SOLTAR OS PÁSSAROS






Os cães choravam em silêncio
e eu não sabia porquê

pensei no pobre limoeiro a afundar-se
lá onde nidificam toupeiras
ao entardecer
na estrela persistente
que viceja à noite no portão
nos olhos claros de um certo azul
que ilumina a casa
no desfolhar ensombrecido
das roseiras

vasculhei tudo
invadi searas proibidas
até ao mais íntimo da pele
pó sombras sonhos

perguntei
quando desaguas?

e tu desaguaste à janela
a marejar entristecida

e eu não sabia porquê

Foi quando os cães se levantaram
para soltar os pássaros


eufrázio filipe

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

CANTA A VOZ DAS FONTES






Impermanente
inscrito na pele
o tempo luz
timbre de outros mares

canta a voz das fontes

por vezes chora

Se as fontes cantam
com voz de pranto
porque choram os teus olhos?


Eufrázio Filipe

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

ATEAR AS ÁGUAS





De  tanto ver pátrias movediças
começo a ter saudade
das minhas verdades improváveis

pássaros pétalas e asas
a dardejar nos mastros

o tempo em arritmia
contado pelos dedos
em voz alta

esculpido nas pedras
povoado de sons
quase poema

Onde a luz se afoga
basta um sopro
na constelação dos azuis

para atear as águas


eufrázio filipe

( Chão de marés)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

NEM TODO O POVO SE AJOELHA




Quando implodem os Bolsonaros a invocar Deus em vão 
o mundo começa a tresandar a pólvora
regridem as civilizações
mas nem todo o povo se ajoelha

eufrázio filipe