Silvestre a lamber o leito
por onde corre
num acorde de timbres
sereníssimo o rio
atravessou
passo a passo
a sombra das pontes
desaguou sem amos
no chão das marés
barco desgrenhado
quase perfeito
a lapidar as águas
Passo a passo
demorou-se por um fio
a subir às gáveas
precipitou-se
do último verso
do seu poema
mas resiste
olhos abertos
na linguagem dos espelhos