sexta-feira, 30 de junho de 2017
sexta-feira, 23 de junho de 2017
QUASE(E)TERNOS
A deshoras
vi barcos soltos
perdidos de azuis
e outros mares
colhiam beijos sem mácula
num afago de limos
amarados ao vento
inscritos nas paredes do cais
cumpriam uma rota
contra todos os destinos
quase (e) ternos
a desvendar palavras
em pleno voo
menos livres
que os pássaros
Eufrázio Filipe
"Chão de Marés"
domingo, 18 de junho de 2017
domingo, 11 de junho de 2017
ÍNGREME O CAMINHO DAS PEDRAS
Estavam no cais
os barcos de remelas
etéreos
quando partimos
por sobre as águas
sem fim à vista
foi assim
lá onde os olhos sem amparo
de consentem demorados
assistimos à passagem
de um sopro de vento
Neste leito de sussurros
a primeira chama navegava
todos os degraus da escarpa
foi assim
tresmalhadas as pátrias
chegámos à fala
de mãos dadas
no íngreme caminho das pedras
Eufrázio Filipe
"Chão de marés" editora Lua de Marfim
segunda-feira, 5 de junho de 2017
NO PÚLPITO DAS CEREJEIRAS
Há um sulco invisível na água
onde viajo
e me transformo
talvez por isso
não faça sentido atear velas
queimar incensos
mexer nos ponteiros do relógio
inventar um barco e partir
folha ante-folha
talvez faça sentido
desbravar fronteiras
repartir afectos gorjeios e migalhas
no púlpito das cerejeiras
Eufrázio Filipe
"Chão de marés" 2013/2016 Lua de Marfim editora
Subscrever:
Mensagens (Atom)