quase de tudo deserta
ululante
como se fosse possível
um coração de ave
tricotar areias com os dedos
no teclado das águas
Desnavegado
fui lá dizer-lhe
com voz de escarpa
hoje não quero salvar o mundo
só ajudar
A maré estava cheia
de azuis
por amor à lonjura tangível
a ressoar acordes
numa apoteose de sussurros
coada de palavras
aqui tão perto
que nem lhe posso tocar
Nesta acidental praia
esmaia a maré
e se alevanta