Eu sei o teu rosto de areia
transportado pelo vento
um trono vazio
onde convergiam todas as utopias
por isso te ergui aos céus pelas ancas
antes de nos tornarmos invisíveis
e adormecermos como é costume
a dançar nos mais profundos silêncios
Eu sei o teu rosto litoral
esculpido como deusa
agigantar-se nas minhas bandeiras
Ainda hoje me deito nos teus retratos
e assisto ao parto das papoilas
que por instinto crescem
na palma das nossas mãos
Que bela a centelha que respira no espaço
a sombra projectada
nas paredes da casa