Levantámos âncoras
libertámos o pó das azinhagas
e foi assim
a bordejar caminhos
que as gavinhas cresceram
enclavinhadas nas nossas mãos
Muito para lá da erosão do tempo
folha ante folha
ainda há um barco que se ateia
contra o vento
um pássaro que resiste
e se demora nas arribas
nos mesmos sítios onde vertiginosas
se desmoronam as palavras
pela berma dos teus olhos