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Recolhido neste chão
de mares desnavegados
onde despontam camélias
e outros fascínios
quando me curvei
para beijar uma flor
simplifiquei o teu corpo
desvendei uma pedra
Eufrázio Filipe
Neste Inverno rigoroso
de mares adocicados
todos os destinos
com acesso remoto
aos esconderijos do teu corpo
começaram a despir memórias
que desvendam
palavras interditas
mas porque nada é urgente
beijámos as pedras
plantámos uma árvore no cais
Eufrázio Filipe
Correm em bando os teus olhos
por cima das searas e dos ventos
porque é preciso transgredir
rasgar o véu que se demora em fascínios
encontrar no corpo interior
um sinal primitivo de nudez
uma pequena distração de flor
que agite o ambíguo coração dos pássaros
e abra novos caminhos
por este mundo
onde todos os rios
deviam ser apenas água em movimento
Provavelmente só os teus olhos sabem
que na obscuridade mais imperceptível
há um brilho indígena em gestação
Eis a nova ordem emergente
a gota de orvalho que fende a luz
o admirável grão de areia
que não repousa
Eufrázio Filipe
#Que fizeste das nossas flores#
Num sopro de vento
há palavras esculpidas
que respiram por guelras
outras esgrimem aladas
na leveza dos gestos
a fingir de pássaros
acordam-me
a fazer versos
ou quase nada
Eufrázio Filipe
Com a poeta Licínia Quitério na Ericeira
Quando reivindico um sopro de música
para o teu andar de ancas vagaroso
sobre a nudez branca das dunas
é para despertar o sabor do vento
desfolhar os teus cabelos
Quando reivindico um futuro quase divino
para as aves marinhas
que perfumam as clareiras solares
mais íntimas deste espaço
desejo apenas um porto seguro para o teu corpo
uma jangada efémera de cristal
Quando reivindico para ti um sonho verdadeiro
brotas do chão como um pomar de faúlhas
como se fôssemos uma lenda
em viagem sinuosa pelo tempo
És a pátria em alvorada que navego
e me desprende
o acesso intangível às brevíssimas papoilas
grão de areia esculpido com amor
na memória das palavras
Eufrázio Filipe
Publicado e lido na Ericeira numa iniciativa da poeta Licínia Quitério 2014
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