Lá onde todos os azuis
se reúnem para cantar
e os olhos cegam
num espelho de águas
dulcíssimas
nem sempre acontecem
pautas de timbres
mas tu trazias no corpo
um rasto de asas
na voz um sinal
que despertam contidos silêncios
e foi assim
quando soltaste os pássaros
neste jardim de corais
em pleno voo
beijámos as pedras
eufrázio filippe
2015
12 comentários:
Quem lê nem vê
basta-lhe o brilho poético
lançado no abrir da gaiola
Beijamos as pedras...
pode acontecer
por que da inevitabilidade
vem afiado o gume ardente
Há pedras que são
de ígnea condição
Como sempre, a excelência é servida, aqui, no tom maior do prazer.
Parabés.
Bela postagem, meu amigo!
O poema é soberbo e a foto (que acertada escolha!) fenomenal.
Beijo.
...em pleno voo
após soltados os pássaros
Beijar as pedras em pleno voo. Só mesmo um Poeta…
Um beijo meu Amigo.
Passo e leio em silêncio, Mar Arável.
Considero-me uma péssima comentadora de poesia e,provavelmente, sou-o mesmo.
Mas leio. Leio sempre.
Beijar uma pedra é revolucionário! E logo em pleno voo!
Adorei o seu poema. V
Vivam o sonho e a poesia!
Só um belo poema grava os beijos nas pedras.
E eu deixo meu beijo.
Adorei!
=)
Bjinhos
Estamos por aqui com, "Filosofando na Vida" Alma que voa e sonha
Beijar as pedras do amor.
Lindo!
Bjs
Ailime
Boa noite, Eufrazio.
Parabéns pelo belo poema.
Um abraço
Pedro
Sempre linda, a poética dos afectos no som das palavras.
Mas este poema tocou-me de forma especial.
São várias as vezes que não comento. Talvez por duvidar da minha interpretação dos seus poemas.
Mas um texto publicado ganha asas e a sua interpretação passa a pertencer a quem o lê, não é?
Em mim, este poema evocou a liberdade daqueles que se enamoram. E aquele lugar incerto, aquela centelha inexplicável, aquele mistério indecifrável que faz com que alguém sobressaia no meio dos demais.
E talvez por isso me revi.
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