Doem-me todos os muros
onde as silvas
se enleiam
mesmo que sejam
castelos
sibilinos nas ameias
Doem-me todos os muros
o mar inteiro
ancorado no cais
mesmo que benzidas as pedras
à revelia dos pássaros
Doi-me tudo no Outono
menos as romãs
a despontarem vermelhas
passo a passo
o pão que levamos aos lábios
Eufrázio Filipe
23 comentários:
abençoadas romãs
e o pão que levamos aos lábios
lindo o poema.
Doi-nos tudo, menos as coisas simples, verdadeiras e eternas
O mar, as pedras, as romãs...
Os silêncios nas entrelinhas de um "mar arável"...
Bonito pois!
Abraço Poeta
Os muros só podem, mesmo, doer.
menos, mais, as romãs da cor do sangue como os lábios
um abraço
Se as romãs despontam
a cada instante, o vermelho
saltará abundante nas veias
derrubando o muro velho
As romãs nos salvam...
Cada pedaço desse pão a nos dizer de interiores só descobertos na beleza da cor e doçura dos grãos da romã que deixamos a derreter na alma...
Beijos e carinho nessa tarde ensolarada com os pedaços de todos nós,
Helena
O mistério libertador das romãs
passo a passo
(re)colhendo sonhos...
O poema voando na amplitude (sem muros)!
A tua bela poética é muito inspiradora,
Poeta (mestre) das metáforas!
Bjs.
Gosto do outono e gosto do vermelho dos lábios
:)
Dói o Outono, pelo menos no início. :)
Bonito poema. Bj
Poeta-as romãs são tão deliciosas...-se estiverem maduras. Por elas se podem derrubar os muros que o tempo na sua força erosiva também há-de derrubar. Nada nem ninguém escapa à morte-nem os muros...Como costuma dizer-Tudo se move. Abraço.
No primeiro dia de outono temos romãs.
Bagos vermelhos a colorir palavras de um poema de dores em cores, frias e pálidas de pedra.
"...à revelia dos pássaros..."
Elas, as romãs, já saltam na minha mesa, a de "jantar".
Abracinho
Outono bom para quem adora romãs.
Abraço
SOL
"Doi-me tudo no Outono
menos as romãs
a despontarem vermelhas
passo a passo"
Que mais acrescentar, amigo?
Um beijo.
grão a grão as romãs, como bálsamo.
a colorir de vermelho os dias outonais...
que as romãs te sejam pródigas.
forte abraço, meu caro Poeta
Há tantas dores que tomamos nossas...
Há alturas na vida em que nos dói tudo, Poeta!
Que a fertilidade das romãs seja o bálsamo para o pão que nos sustenta o sorriso lindo e vermelho, feito de um folha recortada na forja outonal.
Um abraço, benzido com a aquiescência dos pássaros!
Magnífico poema!
"Os muros onde as silvas se enleiam " a rasgar sonhos, a travar a esperança.
Pelo menos que as romãs continuem a despontar, vermelhas.
Beijinhos e boa semana.
Ailime
que nunca doam as romãs
e que nunca mude a sua cor
muito belo!
boa semana.
beijo
:)
Fiquei a matutar no poder das romãs!
Dizer que gostei? É tão pouco!
Bjo, Mar :)
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