Nos subúrbios de tudo
mesmo junto aos meus olhos
desenham garatujas
no ar que se respira
em desassossego
num clamor de marés
voam de boca em boca
sem destinos
alimentam-se em pleno voo
de pequenos nadas
essenciais
para continuarem a ser pássaros
Estou a vê-los
aqui tão perto
que nem lhes posso tocar
de tão silvestres
25 comentários:
A vida
no instante
Sem ensaio
Imensurável
Só depois
se reflete
(...Se tempo houver!)
Beijo, poeta!
Depois do poema todos os gestos são permitidos. E necessários. Toca-lhes
Pássaros do mar, pássaros do ar, pássaros da vida. Ondas do céu em espuma de sons.
Lindo.
Bj.
Excelente!
Abraço
Há fosfenos assim, tãoo perto dos olhos, tão dentro dos olhos que a dimensão é imensa, um universo amplo de constelações... ou apenas garatujas que se movem, por vontade quase própria, não fosse a vontade involuntária do mesmo olhar!...
Abraço
"Alimentam-se ... de pequenos nadas para continuarem a ser pássaros"
Está aí tudo.
Abraço,
mário
É com os olhos que os tocas, levemente, como se espuma fosses.
E continuam a ser pássaros.
Abraço
É preciso continuar a "cantar"os pássaros e não deixar que lhes cortem as asas.
Abraço
A essência dos pássaros:
Um delicado Ballet de sonhos...
Assim, a delicadeza do nosso
olhar sobre eles...
Podemos vê-los...nada mais...
beijo terno
BShell
Nos olhos, a suavidade do mundo...
Um beijo, Eufrázio.
e é necessário a rebeldia dos pássaros....
:)
Invejo a liberdade dos pássaros!...
de pássaros nos olhos. bravios...
abraço, meu caro Poeta.
Bonito poema,
a solidão,os olhos e a liberdade; liberdade que nunca nasce para ser tranquila todo o tempo,
nem sem ânsia, às vezes, e,
nunca sem o essencial.
E no final das contas,
sempre "pássaros silvestres"!
Continuação de bons escritos e
bons dias de sol.
De tão silvestres...nisso residirá a sua liberdade (e a nossa).
Abraço
Olinda
Poema tão doce como o voo dos pássaros silvestres...Beijos!
Nos subúrbios de tudo eu vejo é muita, mas muita solidão!
Se há pássaros, eles são invisíveis para aqueles que ainda conseguem rir e sonhar...os outros, de olhar fixo no nada, perseguem a visão do infinito, imaginando ver o que não existe: Pássaros silvestres, nascidos espontaneamente na sua distante memória.
Os dias são de fogo e as noites são o mar. No fundo, bem no fundo, todos somos os arautos do caos...
Desculpe, Eufrázio, deixei-me levar na divagação da hora tardia e pela fotografia.
Um beijo.
Hoje li-te em voz alta.
Gostei de ouvir-me-te...
:))
Pior é ver e nada se poder fazer. Vale o poema como grito.
Abraço. :)
É assim quem voa!
Boa semana!
"Pequenos nadas", que desenham nos voos a sua infinita poesia!
"ver" pode significar "sentir"
sentir
sentir quem "desenha", quem "voa de boca em boca"
sentir "os pequenos nadas"
que nos alimentam
sentir o indizível, "tão silvestre"
tão puro
sentir, sentir simplesmente
princesa
Adorei seu poema!Eu adoro pássaros porque eles são livres.
Beijinhos.
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