sexta-feira, 8 de maio de 2020

ÍNGREME O CAMINHO DAS PEDRAS










Estavam no cais
os barcos adormecidos
etéreos
quando partimos
por sobre as águas
sem fim à vista

foi assim

lá onde os olhos sem amparo
se consentem demorados
assistimos à passagem 
de um sopro de vento

Neste leito de sussurros
a primitiva chama
navegava
todos os degraus da escarpa

foi assim

tresmalhadas as pátrias
e os amores
chegámos à fala
de mãos dadas

no íngreme caminho das pedras

eufrázio filipe



17 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Barcos, águas
sopros de vento
escarpas

nem é preciso que assines
é poema teu

" R y k @ r d o " disse...

Bom dia:- Foto e poema, lindíssimos. A conjugação poética perfeita
.
Um Sábado feliz
Proteja-se.

Maria João Brito de Sousa disse...

Suave de tão íngreme, este caminho das pedras.

Abraço!

Cidália Ferreira disse...

Poema sublime! Amei:)
-
Fantasiando ideais ...

Beijo e um bom fim de semana! :)
Protejam-se...

AC disse...

Num canto colectivo
Chamar-te-ei sempre amigo.

Abraço, caro Eufrázio

Janita disse...

Sem amparo, sem arrimo
sem um cais,
estamos nós,
barcos alquebrados.

É assim que me sinto,
quase sem ânimo, mas sempre
tentando ultrapassar
o rochedo atemorizador.

Beijos, Poeta!

Canto da Boca disse...

As pedras quando estáveis, dão a sustentação do caminho, ainda que íngreme. Ademais de mãos dadas pode-se voar por entre cais e sonhos!

Belo, como sempre.

Beijo, Eufrázio, bom domingo, cuide-se.

José Carlos Sant Anna disse...

Como um sonho que se integra na paisagem!
Um abraço, caro poeta!

manuela barroso disse...

E também foi assim que subi as pedras no embalo dessa maresia , como um afago .
Tão belo !
Beijinho EF🌷

Sónia M. disse...

Tão belo!

Beijo

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de fé e esperança, Eufrázio!
Estamos num íngreme caminho neste tempo...
Senti como se nós, humanidade, chegassemos ao final deste percurso, bem unidos mãos dadas... Assim seja para todos nós!
Teremos voz outra vez, tenhamos confiança.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos

Teresa Almeida disse...

Demora-se o olhar na ânsia de partir para viagens que só a poesia consente.

Beijos.

Margarida Pires disse...

Que lindo Árabe!
Dando vida ao mar!
Um beijinho de maresia.
Megy Maia🌈

Juvenal Nunes disse...

O isolamento de «As águas sem fim à vista» proporcionaram , enfim, o encontro e o afeto.
Abraço poético.
Juvenal Nunes

Graça Pires disse...

o íngreme caminho das pedras não é um obstáculo para ti Poeta que sabes todas as invocações da liberdade…
Um bom fim de semana com muita saúde.
Um beijo.

Agostinho disse...

Por aqui andei.
Deixei pedra, porventura ínfima
que rolou sem destino.
Terei na persistência do caminhar liberdade?
Muito bom o poema.
Abraço

teresa dias disse...

Quando queremos não há pedra que nos pare.
Imagem e versos num casamento perfeitíssimo!
Valeu!
Beijo.