Em cardume
nos olhos dos peixes
lá estavam os pescadores
Na véspera dos relâmpagos
e outros afectos
dulcíssimos corações
clareavam as noites
e nós só podíamos fazer
o que fizemos
sentámos à mesa
os ausentes
levitámos em voz alta
o sussurro das marés
recolhemos estrelas
no chão das águas
celebrámos a cadeira vazia
Eufrázio Filipe
"Chão de Marés" colectânea 2013/2o16
editora Lua de Marfim
16 comentários:
«e nós só podíamos fazer
o que fizemos»
se a cadeira ficou vazia
bem feito foi
o que apenas fizemos
Como eu gostava de saber comentar este poema!
Abraço
E há sempre uma cadeira vazia...
Excelente poema, gostei imenso.
Continuação de boa semana, caro Eufrázio.
Um abraço.
Amei!! =)
Beijinhos
este belo poema fez-me lembrar "...Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim...",
Naquela Mesa_Música:Sérgio Bittencourt
abraço
Há sempre ausências que falam alto...
Lindo..
Beijos e abraços
Marta
As palavras levitam as memórias ainda que as cadeiras estejam vazias,elas permanecem ocupadas de sentimento.
Um abraço,
mz
Tão bonito. Como um mar . De afetos . Beijinhos
Os afetos - como relâmpagos - no âmago do poema. E um caminho em cada verso.
Beijinho.
Uma cadeira vazia é coisa triste e não há muito o que fazer.
Beijinho.
Cadeira vazia, chão com poucas estrelas.
Celebremos então o mar, no coração da noite.
Beijo, E. Filipe!
Sempre seremos emoções.
ab
Será que uma cadeira vazio significa a ausência? Neste poema, meu Amigo, ela traz-nos "os pescadores nos olhos dos peixes" e as estrelas recolhidas "no chão das águas". Tão belo!
Uma boa semana.
Um beijo.
Belíssimo, meu caro!
Eu poderia analisar, sabe-se que poderia...mas prefiro fruir!
Beijo
Celebrar a cadeira vazia relembrando os ausentes que se fizeram presentes.
Um poema belíssimo.
Beijinhos,
Ailime
Muito bonito!
bj
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