Chamo-te
para deixares nas areias
um beijo côncavo
mas tu permaneces
até a memória arder
os últimos barcos
e as algas discernirem
de olhos fechados
todos os ritmos das marés
chamo-te
para uma cama impoluta
onde se ateia o fogo
convergem todos os azuis
o cântico dos náufragos
mas tu permaneces
num grito de alvorada
incandescente flor
mar de colheitas
Eufrázio Filipe
17 comentários:
Gostei.
um beijinho e bom fim-de-semana
Caro Eufrázio Filipe gostei do seu poema,com sua bela construção poética. Parabéns.
Um abraço.
Pedro
O poeta canta a espuma
num mar farto de poesia.
Se o mar é campo propício
porque não hão-de as promessas
florir do fim ao princípio?
Abraço.
É preciso saber chamar, para poder colher... o mar é sempre o cupido...
Fantástico!!
beijos
Ah, a força desse "mas". Impede a concretização dos anseios do poeta. Entretanto acredito que ele guarda em si a força e a constância do mar, que incansável beija a praia, avançando sempre em forma de marés. Ele não desistirá nunca...
se o chamamento foi feito
novos ventos se levantam...
bom final de semana
:)
Excelente.
Um abraço e bom fim de semana
O "mas" com que a Vida nos responde... Mas, apesar do "Mas", não desistimos...
Belo...
Beijos e abraços
Marta
Na areia só mesmo um beijo côncavo.
Belo poema.
Abraço fraterno
É bom recolhermo-nos em nós e adivinharmos os ritmos
das marés, daquilo que vem e que vai, enquanto os sons
das ondas nos embalam ou nos despertam do nosso marasmo.
Abraço
Olinda
Porque as ondas nos acenam com várias chamadas
assim será o cântico dos olhos.
Beijo EF.
E que bom que permanece. Gostei muito.
Chamaste e o teu regaço ganhou o som de um grito da alvorada e todos os cheiros da maré-cheia... Poema lindíssimo, meu Amigo.
Uma boa semana.
Um beijo.
Belíssimo!
beijinho
"...incandescente flor
mar de colheitas"
Isso é lindo, Eufrázio.
Abraço
Ninguém pode resistir a um chamamento com esta força e desvelo. O amor na mais profícua "colheita".
Sempre ardente, a tua poesia.
Bj
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