Quando foi urgente criar um deus
as uvas ainda não estavam maduras
no corpo das videiras
inocente subiste ao púlpito
das vinhas decepadas
improvisaste um sermão
ergueste o cálice
e a companha exausta aprendeu
que nada é perfeitamente inútil
após as vindimas
bebemos do mesmo vinho
foi quando enfunaste as velas
começaste a despontar relâmpagos
nos mastros mais altos
quando afloraste o chão com um beijo
partiste sem destino
por sobre as águas revoltas
à pergunta de outros mares
(vou ali e já volto)
eufrázio filipe
21 comentários:
Muito bom! Adorei.
beijinhos
Boas férias!
Deixo um abraço.
E a vida recomeça....
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Belas metáforas!
Poema tão belo...liturgia magnífica!
Beijo
Pergunto eu em que Mar estive que não vejo nem leme nem rastro?
Soube que o poeta partiu. A esta hora pescará as metáforas mais frescas e brilhantes. "Nada é perfeitamente inútil".
Abraço.
AGOSTINHO
Nada é perfeitamente inútil
nem o seu comentário
Aceite o meu punho erguido por causas de sempre
Um já volto com muitas voltas.
Abraço
Já tinha lido este, lindo, como os outros.
Interessante o arcaísmo "à pergunta" em vez de "à procura".
boas férias
bj
Vais à procura de outros mares depois de nos deixares mais um excelente poema. Que encontres tudo o que procuras e que descanses também.
Uma boa semana.
Um beijo, meu Amigo.
e mesmo que não seja ainda setembro para a vindima
algum vinho estará nos copos para aforar os lábios e sentir o sabor das uvas
o Poeta é e será sempre um eterno pescador de metáforas
(vou ali, mas volto)
beijinhos
:)
Hum, eu já li este belíssimo poema...
Enquanto não chegas, que tudo se cumpra conforme a tua vontade.
Bjinho, Filipe
Vira virou. Vai e volta mesmo que não estejam no cais os amigos esperam~te sempre.
Abraço fraterno.
Nada é perfeitamente inútil
quando foi urgente deus criar o homem
perguntou pelos poetas
um abraço
Férias interrompidas por uns dias, eis-me de visita aos amigos.
Belíssimo poema.
Um abraço e boas férias
Como é hábito, um poema que nos obrigada pensar para decifrar as metáforas do poeta. As vindimas estão à porta, há que saborear as uvas enquanto é tempo, porque nada é perfeitamente inútil! Um abraço e que o mar esteja de feicao.
Fechei a mão e achei mil
grãos de areia comigo
nos caminhos que sigo
Abraço.
Vai e volta amigo. Eu fico à espera de mais belos poemas.
Lindo!
Boas férias!
Bjs.:))
Há poemas que vala a pena repetir como um cálice de bom vinho.
Boas férias!
Beijinho.
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