No compassado ciclo das marés
à vista dos sereníssimos
moinhos de maré
lá estavam
garças seixos e corvos
tão breves como nós
a inventar destinos
sem âncoras nos sapais
De passagem
para outros azuis
entoamos silêncios
resgatamos barcos
para não perder o rio
beijamos a memória das pedras
Eufrázio Filipe
16 comentários:
lá estavam os moinhos de maré
são aqueles que possuem sentimentos
um abraço
moinhos, mós e marés...
e memórias na passagem das águas.
e um poema sublime.
abraço
Muito lindo! A recordar as cheias do Tejo na bacia de Santarém - que tão bem conheci nos idos de 50/60...
Belíssimas as palavras...
GRAÇA
Baía do Seixal
Poucos como tu conhecem e sabem recordar a memória dessas pedras.
Um abraço fraterno
entoemos silêncios
Sejamos como as garças, os corvos, os seixos... inventemos nossos destinos...
os moinhos de maré do Seixal,uma belissima imagem a fazer suporte a um poema cheio de memórias e sentires.
beijinhos
:)
Bom fim de semana ao pé do azul! De passagem para outros azuis, sempre!
obrigada pela passagem pelo meu blog, para os azuis.
"De passagem
para outros azuis
entoamos silêncios
resgatamos barcos
para não perder o rio."
Tudo é breve, menos a memória das pedras.
Belíssimo!
Bjs
O rio nunca se perde...ele está gravado na memória das pedras...
Frescas e transparentes, são as águas que por aqui correm...
Gostei muito Poeta! Abraço...
Que jamais percamos o rio...
beijinho
Tão sereno , que senti a maresia com cheiro a nostalgia!
Bji EF
Superlativo este cantar das palavras autênticas na forma das coisas e dos seres.
Que dizer perante o poema?
Na anatomia do corpo
o habitat e o rio
são o Poeta revelado
Os moinhos e as mós e nós
moídos moendo destinos
ancorados ao fundo da memória
no silêncio das pedras
Abraço.
Os homens vão, mas "as memórias" permanecem vivas.
A memória das pedras, da baía, dos feitos, dos afectos, e... mto mais!
Abraço ao homem e ao poeta
Princesa
Olá boa tarde,
Os rios correm sempre dentro de nós.
Magnífico poema.
Beijinhos
Ailime
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