segunda-feira, 16 de maio de 2016

POR SOBRE AS ÁGUAS





No chão que pisamos
passava um rio

plasmado nos espelhos
em desalinho
exorcizando as margens

Aqui deixámos sinais
traços de luz
a morfologia do movimento

Hoje escrevo a preto e branco
à pergunta do rio azul
caminho por sobre as águas
ocupo-me do porvir


Eufrázio Filipe

21 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

E há
tanto por_vir

Aceleremos o passo
Poeta
Aceleremos o passo
a caminho do rio azul

direitos ao sul

Andrea Liette disse...

Uma fotografia bonita e intrigante.
Um poema reticente...
Abraços.

Anónimo disse...

É o rio da nossa vida
:)

Marta Vinhais disse...

Os espelhos... as margens da nossa vida...
Ás vezes, escreve-se a azul; outras, fica um retrato a preto e branco...
Beijos e abraços
Marta

anamar disse...

Ocupamo-nos "do porvir"...

Abracinho :)

Janita disse...

Reflexos de um caminhar que se quer seguro, sempre em frente.
Em direcção ao que faremos por_vir.

Beijos, Poeta!

Manuel Veiga disse...

quando os rios secam, apenas a memória da morfologia. e do movimento...

nunca as mesmas águas passam sob a mesma ponte.

abraço, Poeta

Agostinho disse...

Na consonância das cores os rios sempre a correr nos desejos do poeta.

E, se do branco e do preto
outras hão de vir, que seja
o vermelho a borbulhar nas vidas repartidas
entre verdes e azuis

Abraço

Suzete Brainer disse...

A excelência expressada em
poema e imagem!

GarçaReal disse...


Os espelhos refletem os sinais da alma...

Belíssimo

Bom resto de semana

Bjgrande do Lago

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

há dias assim, há dias em que os espelhos nos mentem dizendo verdades, ou não.

sua forma de escrever poesia é ímpar e bela, se eu lesse um dos seus poemas mesmo sem estar assinado,sem pestanejar eu diria:

-é do Eufrázio Filipe

a imagem que escolheu é igualmente muito bela.

saudações poéticas

:)

Ana Tapadas disse...

Eufrázio Filipe, meu grande poeta!

Beijinho

Emília Simões disse...

"Por sobre as águas" uma torrente de magnífica poesia ao encontro do Rio Azul que, como um espelho, reflecte a sua elevada alma poética.
A imagem é de uma beleza enorme.
Bjs
Ailime

jrd disse...

No leito seco do rio só o poeta pode encontrar o azul das águas.

Abraço fraterno

Bandys disse...

Lindo poema.
As aguas não voltam,
passam e deixam saudade.
beijo

Emília Pinto disse...

A cada passo que damos deixamos um sinal e levamos outros sinais; gostariamos que fossem azuis as pegadas deixadas nesses passos, mas nem sempre são; não são as que deixamos nem serão as seguintes; há sempre uma mistura de tons, pois assim é a vida, um mesclado de cores, uma complexidade de emoções. Mas há que seguir em frente, continuar a escrever a nossa passagem por aqui, mesmo que muitas vezes sejamvpalavras em preto e branco. Amigo, um bom fim de semana e obrigada pela partilha de tão bela poesia. Um beijinho
Emilia

Miss Smile disse...

Esse rio, que se chama vida, e que se move tão subtilmente, que quase não se nota...

ana disse...

Excelente.
Gostei muito.
Bom Domingo!:))

Graça Pires disse...

E transpostas a voz dos rios, tão azul como a vertigem da corrente e das palavras...
Um beijo meu Amigo.

manuela baptista disse...

apenas os poetas se podem ocupar do que ainda está por.vir

Odete Ferreira disse...

É no mergulho das "reflexões" que se pode visionar-se um ad-vir...
Sempre em patamares poéticos quase insondáveis, Filipe.
Bjo