É preciso ouvir as pedras
o corpo inteiro
das escarpas
beijar o chão das palavras
que falam por gestos
é preciso ouvir as pedras
grãos de areia
moventes
por entre os dedos
que se riscam
e alumiam noites
dão sentido à luz
breve
quase perfeita
de um fósforo
é preciso ouvir
a memória das pedras
Eufrázio Filipe
15 comentários:
Muito bonito e depurado!
Abraço
Porque estamos igualmente a ouvir a nossa...
Belo
Beijos e abraços
Marta
É um lindo poema, como todos os outros que ouço. Ouço sempre com doçura, suavidade, não somente o seu, mas de tantos outros. Gratíssima!
Observar, para ouvir...
Viajando hoje pelos textos não lidos, observo a tríade perfeita: água, luz, pedra: caminhar por sobre as águas, observar a luz fugaz, ouvir as pedras... A sabedoria do encontro com o primitivo, com o profundo. Abraços e minha admiração.
É preciso saber ouvi-las. Elas falam em silêncio. O poeta sabe. :)
Com a memória das pedras conquistamos um silêncio propício à evasão e ao sonho... Muito belo!
Beijos.
Há palavras que falam por gestos.
Excelente poema.
Tem uma boa semana.
Abraço.
As chispas que contêm em si é que nos aliam o caminho.
Parabéns, Poeta. Que nunca te faltem fósforos para atear o lume.
otimo poema, escutar sempre porque o silencio é sabio;
Beijo
~~~
As memórias definem a identidade...
Um poema de um simbolismo singular!
~~~~~~~ Dias felizes, EF. ~~~~~~~~
~ http://avivenciaravida.blogspot.pt/
No chão das palavras,
a nudez, a sua essência
de gestos plenos de luz-sentir!...
Admirável sempre a tua poética!
Bjs.
Há pedras com vida!
Magnifico poema.
Beijinhos,
Ailime
ai falam, falam.
preciso saber ouvir!
:)
Para as ouvir, primeiro é preciso senti-las. E dizem tanto!
Sublime!
Bjo, amigo :)
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