Quando luziam
relâmpagos
no risco dos fósforos
ficavam mais sábios
os gestos lentos
demoradas as mãos
a desgrenhar os teus cabelos
deixávamos
um rasto fluorescente
para as aves
fazerem ninhos
na palha dos mastros
mais altos
e assim
ancorados
partíamos
estávamos sempre a partir
no chão dos barcos
Eufrázio Filipe
19 comentários:
Cada um de nós devia ter uma missão obrigatória: deixar um rasto de luz para iluminar (outros) caminhos.
Em ti, relampejam os versos...
Em mim, deixas o rasto de luz...
Bjo, Filipe :)
Quando um poema ilumina a tristeza da vida, os caminhos parecem menos sombrios.
Abraço.
Essas viagens são as que mais nos levam...
Beijinhos, MA :)
Numa viagem à procura de esperança, de luz...
Lindo....
Beijos e abraços
Marta
e os riscos no chão dos barcos
muito bonito, partir ancorado
um abraço
Poeta "caçador de relâmpagos". e sábias ancoragem...
forte abraço, meu caro Eufrázio.
São belas as viagens....No chão dos barcos.
Lindo
Bjgrande do Lago
há partidas necessárias
para o regresso também ser
muito belo!
:)
Olá amigo! Nada melhor que um poema de luz.
Abraço
Estamos sempre a partir e por vezes é difícil regressar, porque o chão nos agarra por demais.
Mas o mar está lá, e há um dia que uma onda nos traz...
Um abraço.
Muito belo este poema que me questionou muito.
Viagens e esperança e a incerteza de quem espera.
Bjs
Ailime
No "chão do barco" partimos a cada dia um pouco, não sabendo para onde. Imaginamos nós saber e nessa nossa ilusão preparamos cada partida com tudo o que temos de melhor, nao esquecendo o nosso melhor fato, aquele vestido brilhante e até aquela jóia que muito nos custou a adquirir. Lá entramos nós para o barco que por nós espera logo ao amanhecer, mas..o mar hoje está raivoso e nos despe de tudo deixando-nos de rastos no chão do barco. Esperamos sempre que o mar esteja sereno e que a viagem seja deslumbrante. Não, não é assim e convem que nos lembremos que a cada partida levemos só o essencial, levemos um simples cesto de vime carregadinho de afectos. Estes não pesam e o barco deslizara suave no mar azul, mesmo que lá mais adiante apareça uma onda mais violenta tentando perturbar a nossa viagem .Amanhã uma nova partida teremos, ou quem sabe, antes? Parabens amigo. Gostei muito. Um beij7nho
Emilia
A partida nos reflexos dos gestos luminosos!...
(Nas flores e na ROSA, a sensibilidade mora...)
A poesia, a grande companheira...
~~~
Barcos fortemente ancorados
por alguém que triste e saudoso espera...
Sempre original esta poética,
com sabor a sal e aromas de maresia, cenário
marinho em tons de azuis vibrantes e escarpas
onde volteam pássaros sapientes...
~~~ Mais um belo poema, EF. ~~~
Tão lindo deixar um rasto de luz para quem fica...
Beijinho.
Toda a partida é um recomeço_ e o que mais conta é a viagem...um poema fulminante.Abraço, poeta.
As melhores partidas acontecem quando estamos ancorados...
Excelente poema, caro Eufrázio.
Boa semana.
Abraço.
Cuidei ter riscado um fósforo numa destas noites. Terá sido da chuva? Não incendiou.
No fundo dos barco os relâmpagos incendeiam noturnos suspiros.
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