quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

BAILADO DE CORES LÚCIDAS




Libertas-te por gestos
nas margens dos salgueiros
recolhes céus que desabam
no refúgio deste chão

Quando chove
na folha de papel
e se desmoronam as palavras
és o rio que mata a sede
timbre de outros mares

ergo-te pela cintura

és o meu rio

vicejas
num bailado de cores lúcidas

Eufrázio Filipe.

 

20 comentários:

Janita disse...

Bonito isso, de ouvir dizer: "És o meu rio...".

Gostei muito deste bailado.

Um abraço, Poeta.

JANE GATTI disse...

Muito inspirado! O jogo de imagens e de palavras constrói sentidos repletos de ternura. Abraços.

Sandra Louçano disse...

Maravilhoso!
Fica um beijo e o meu voto de bom fim-de-semana.

Jaime Portela disse...

Um bailado interessante, onde as palavras, mesmo à chuva, não se molham, já que são elas o rio.
Excelente, meu amigo, gostei imenso.
Bom fim de semana, amigo Filipe.
Um abraço.

Lucy Mara Mansanaris disse...

Lindo labor.
Obrigada pela visita em meu poema, O livro.

Agostinho disse...

O poeta labora na alegoria da geografia física para enlançar o "rio" num "bailado de cores lúcidas".
Poesia, sem sombra de pecado.

jrd disse...

Molhadas, as palavras escorrem poema abaixo e fazem do papel um rio.
Belo poema meu irmão

Marta Vinhais disse...

E o rio é um bailado...Liberta-se, espalha-se pelas margens e pelo tempo e afoga-se no mar...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

Majo disse...

~~~
Muito, muito belo.
~~~~~~~~~~~~~

Manuel Veiga disse...

belo bailado em que se ergue todo o poema

"pas de deux" em perfeita sintonia de gestos e sedes...

excelente.

abraço fraterno, meu caro Eufrázio

Miss Smile disse...

Um belo bailado de palavras :)

lis disse...

Palavras _ sem os 'gestos' desmoronam num bailado triste.
abraço, Eufrázio

Marta Moura disse...

Bonito!

Palavras soltas disse...

Lindo esse bailado de cores lúcidas...

Beijo.

Graça Pires disse...

Tão belo, meu amigo! Um rio de sal e sede na lucidez de palavras poéticas...
Um beijo.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

és o meu rio
onde o Poeta mata a sua sede
e onde consegue um bailado com as cores rubras da paixão

belo, muito belo

boa semana com muita inspiração

beijo

:)

Odete Ferreira disse...

É mesmo um bailado, belamente coreografado por palavras que apenas te pertencem a ti!
Bjo, amigo :)

deep disse...

«ergo-te pela cintura/ és o meu rio»... Tão belo e há-de ser tão bom sermos o rio de alguém. :) Bj

manuela baptista disse...

uma aguarela, quando chove na folha de um poeta

Ailime disse...

Muito, muito belo este poema.
O rio e o bailado de um amor lúcido.
Bjs
Ailime