Neste tempo de vindimas
decepadas as videiras
temos por hábito desenhar
lábios nos lábios
um mar arável
No chão da escarpa
pisamos uvas
provamos o sangue derramado
de asas abertas
uma vida quase inteira
e assim acordamos
a fazer versos
ou quase nada
anoitecidos a madrugar
timbres de outros mares
Eufrázio Filipe
22 comentários:
UI!!! Lindo de mais!!!! Quase se vêem as imagens!!!! Lindo!
Belo, o tempo das vindimas, assim contado!
Beijinhos, MA. :)
quase nada ou quase tudo.
essa escarpa é muito rica.
e Setembro é tempo de vindimas.
beijo
:)
São outros mares
os das uvas douradas
das uvas tintas
onde
se faz poesia
e nascem
mares de vinho.
Um abraço!
"e assim acordamos
a fazer versos
ou quase nada"
Ainda que "anoitecidos", faça-se o vinho, os versos...
Um beijo
(muito belo, isto!)
Um quase nada que é um quase tudo. Muito bonito :)
Um Mar lavrado com o arado de palavras únicas!
Quem sabe seja um Mar nunca dantes navegado?
Que Setembro seja uma vindima farta de boas navegações.
Janita
Deixaste-me ébrio.
Que néctar veio hoje à mesa pela mão certeira do Poeta!
Tu sabes que é no vale, junto ao rio, que as uvas estão mais perfumadas.
Belo.
O mar arável como a terra das uvas...
Um beijo, amigo.
Quanto vinho se bebeu,
Nesta colheita de Mar;
E o peito se acendeu
Sem o Amor derramar.
Abraços
SOL
eu diria, uma vida inteira
um abraço
"mar arável" com muitos timbres, mar adentro...
belo, meu amigo
abraço fraterno
Tempo de vindimar!
Beijinhos:)
A consumação!
E, então, a vindima transforma-se em milagre.
Abraço.
Um mar arável convida sempre a desenhar caminhos e a extrair o suco benfazejo da vida.
Abraço
Olinda
De um mar que também é meu , te leio e saúdo.
:)
Mar
Eu não te culpo!
Mas és um lugar
onde os mortos vão ficar!
Mª. Luísa
"os7degraus"
Vi os socalcos do Douro.. Um mar arável por gentes de outros tempos
Sempre excelente a tua poética!
Bjo, Filipe :)
Isso poeta, outros mares, outras marés, outros ventos....
E depois das vindimas o néctar será mais doce...
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