segunda-feira, 1 de junho de 2015

PRECÁRIAS DEFINIÇÕES





Quando as realidades
e o poema despontam
escrevemos no papel
das paredes
verdades improváveis
palavras de carne e sonho
surpreendemo-nos
em todos os apeadeiros
sem empecilhos de margens
nem destinos
deixamos nómada o rio
à flor da pele
o teu corpo anfiteatro
onde os pássaros crescem
em coro
e as minhas mãos

Deste tempo guardo
a ambiguidade de algumas pedras
onde o silêncio exalta
o contorno das paisagens sibilinas

Revejo nos mais elementares esconderijos
os teus bosques preferidos

as precárias definições


Eufrázio Filipe
 

23 comentários:

lis disse...

E quebramos todas as regras,
_ indiferentes ao que não seja apenas o'sonho'.

jrd disse...

Quando é o poema que se esconde nos bosques, a poesia revê-se.
Abraço poeta irmão

tb disse...

Templo de memórias...
Abraço.

Imprópriaparaconsumo disse...

As palavras de carne e sonho são as que fazem mais sentido :)

Teresa Durães disse...

esconderijos onde erguemos as nossas verdades!

Manuel Veiga disse...

corpo anfiteatro e palco de pássaros acesos...
que precários são os dias de hoje!

abraço fraterno, Poeta!


Lídia Borges disse...


Sugestivo, sem dúvida

"Deste tempo guardo
a ambiguidade de algumas pedras
onde o silêncio exalta
o contorno das paisagens sibilinas"



Bj.

Palavras soltas disse...

Poema lindo.Gostei muito.

Beijo.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Como sempre muito boa poesia.
Abraço amigo.
Irene Alves

marlene edir severino disse...

Poema carregado de mistério.
Subcutâneas mensagens.
Subliminares.

Belo sempre!

Abraço, poeta!

(* Lembrança: algum comentário já se publicou no alem do quintal. Talvez fique facilitado, poeta. Caso esteja tentando de telefone móvel, talvez seja preciso selecionar a tua conta para ativá-la)

Odete Ferreira disse...

Tudo se torna precário mais tarde. Mas aquele agora em que a perceção do real se plasmou no verso, será perene.
Mais um poema de arte!
Bjo, Filipe :)

Branca disse...

Volto sempre ao local do "crime", neste caso o "crime" de gostar de boa poesia e de me identificar com tanta vida que existe nos teus versos.

Há já uns bons anos, a prova da minha admiração e amizade é que me lembro sempre, seja qual fôr a distância e o espaço no tempo.

Bj

Janita disse...

De verdades improváveis nascem poemas que, provavelmente, ninguém conseguirá descobrir onde ficam os esconderijos que os orientam e inspiram...Belo demais para descrever!

Um abraço, Poeta!

Vinicius disse...

Parabéns caro poeta. Bela poesia!Parabéns pelo blog.Abraço.

MS disse...

... como vês há diferença(s) entre o que 'escreve' e o que 'poeta'.

Gostei muito do poema de 'palavras de carne e sonho'.

Beijos

Graça Pires disse...

Palavras precárias. Tantas...
Não as deste belo poema.
Um beijo, amigo.

Olinda Melo disse...


De precariedade são os nossos dias, indefinidas
são as nossas horas.É de verdades que mais precisamos, por mais
improváveis. Mas elas escondem-se em bosques de enganos.

Belo poema, caro Poeta.Obrigada.

Abraço

Olinda

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

esconderijos que só o Poeta sabe.

tão belo!

:)

SOL da Esteva disse...

Deixamos que a Vida corra sem a sobressaltarmos com decisões e discernimento consciente; assim a precariedade.
Belo Poema.



Abraços



SOL

ana disse...

Gosto muito dos poemas desta sua última fase.
Bom dia. :))

Agostinho disse...

O poeta venturoso lê nas precárias condicões a coragem da aventura.

Unknown disse...

Olá, Filipe
"palavras de carne e sonho" que nos falam através de metáforas ansiosas.

abç amg

manuela baptista disse...

escrevemos no papel
das paredes


não será precária essa escrita


um abraço