De tanto ver pátrias movediças
começo a ter saudade
das minhas verdades improváveis
pássaros pétalas e asas
a dardejar nos mastros
o tempo em arritmia
contado pelos dedos
em voz alta
esculpido nas pedras
povoado de sons
quase poema
Onde a luz se afoga
basta um sopro
na constelação dos azuis
para atear as águas
Eufrázio Filipe
20 comentários:
Poeta
Tu consegues pôr uma vaga em chamas
As nossas verdades improváveis não serão mais certas que essas pátrias movediças?
Beijos
Atear as águas, atiçar marés. A inundação que se anuncia.
Abraço meu irmão poeta.
O mar também, é revolucionário, revolto.
UM fogo de cor e luz.
Abracinho
Ana
São os azuis que reconfortam :)
Basta um sopro. É isso...
Os azuis onde as almas navegam tanta vez....céu... mar.....
Belo e profundo
Bom domingo
Bjgrande do Lago
~~~
~ «O tempo quase poema» - belo!
~~ Num tempo sem sol,
~~~~~~~ a luz não se afoga,
~~~~~~~~~ não incendeia azuis,
~~~~~~~~~~~~~~ nem ateia as águas.
~~~ Dias luminosos e agradáveis...
~~~~ Abraço. ~~~~~~~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~
«O tempo em arritmia» - é essa mesmo a realidade em que nos movemos...
(Mas a estrofe final é soberba!)
Beijos de água azul
A poesia é uma arma carregada de futuro de Gabriel Celaya é o que me ocorre de mais completo para este poema.
Que se ateiem as águas!
Bjo, Filipe :)
Para atear as águas basta o sopro de azul colhido nas tuas palavras...
Um beijo, meu amigo.
Fugimos de nós mas reencontra-mo-nos na saudade.
abraço
sabe-se lá, quando explode o azul
e as águas labaredas...
muito belo, Poeta.
abraço fraterno
Em águas embriagadas de luz acredito.
Basta que a chispa sagrada se solte do céu. A manhã clara virá cheia de luz que cura.
Eu queria tanto que houvesse uma explosão.
pouco me comportando a cor.
<como sempre muito bom.
Bj.
Irene Alves
Olá Poeta das belas metáforas!
"Onde a luz se afoga
basta um sopro
na constelação dos azuis
para atear as águas"
Uma beleza grandiosa na constelação da poesia...
VOZ
aos poetas, do mar e da terra. Que perdurem, constantes como as ondas.
Abç da bettips
Gostei muito!
Obrigado.
A luz se afoga num pôr-do-sol e é onde as águas se ateiam. Aí tudo pode acontecer,entre uma cor púrpura, um amarelo torrado, um tom laranja e o azul do mar.Toma-se o pulsar do tempo e nas nossas mãos a pátria se torna menina de verdes anos.
Um poema que incendeia as palavras, onde tudo é possível dizer.
Abraço
Olinda
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