quinta-feira, 18 de junho de 2015

APRENDIAM OS PÁSSAROS A TER ASAS




No tempo em que crescíamos
a noite bramava tão parda
que nem parecia noite

de súbito um frémito de luz
pestanejou nos mastros do cais

o mar restolhou

e eu vi claramente
os teus olhos remoçados
alumiarem as águas

Após tantos relâmpagos vividos
julgavas estar preparada
para voar

mas os pássaros ainda aprendiam
a ter asas


Eufrázio Filipe
 

23 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

(tão belo, isto)

Maria do Sol disse...

...e a humanidade a merecer o seu ptóprio nome...

Agostinho disse...

As asas ainda curtas e o caminho longo.

Maria disse...

belo. mesmo. e muito.
beijos

Majo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Majo disse...

~~~
~ Assim, estão
os pássaros do nosso país...

~~~ Pertinente e belo! ~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

~~ Beijo, poeta amigo. ~~
.

MAR disse...

Que fácil sería si tuviéramos alas para escapar de cada situación que nos ahoga...
Cariños para ti poeta.
mar

Lucy Mara Mansanaris disse...

E com este conhecimento, o que vier, seguramente tornar-se-a eterno.
Sempre um deleite, parabéns!

lis disse...

Com asas no olhar o poeta vai nos treinando ...
é lindo!

Lídia Borges disse...


Demora!... Os membros das aves têm raiz no sonho. Se este não é fértil, as asas apequenam-se perante o voo.

Um beiji

Helena disse...

Meu querido, aqui embevecida nos poemas e imagens ainda não vistos.
Se os pássaros ainda aprendiam a ter asas, tu, como todos os grandes poetas, já com elas voava na imensidão azul. E não havia ninguém que tal voo pudesse impedir... Nem dos pássaros nem dos poetas!
Sorrisos e estrelas na tua semana,
Helena

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...


os pássaros por vezes não estão preparados para voar, nem para ficar....

muito belo!

:)

Teresa Durães disse...

No tempo das fadas! Que bom!

SOL da Esteva disse...

O sublimar da Poesia está aqui posto com sentido.
Gostei.



Abraços


SOL

Manuel Veiga disse...

os pássaros (como os poetas) alimentam-se do dardejar do voo...


muito belo, Poeta.

abraço fraterno

Janita disse...

Nós é que não conseguimos dar asas suficientemente grandes e fortes aos nossos sonhos, para fazê-los lançarem-se em altos voos!

Não podemos esperar pelos pássaros, Mar!

Abraço!

ana disse...

Gostei do título: mote do poema.

Também gostei da imagem.
Boa noite. :))

vieira calado disse...

E que bom seria nós aprendermos também a usar as asas que temos!

Saudações poéticas!

Rita Freitas disse...

Deixá-las crescer (as asas)que um dia voaremos todos :)

Abraço

Miss Smile disse...

Vim aqui parar por acaso, mas ainda estou a levitar com a beleza e delicadeza do seu poema. Simplesmente maravilhoso!

Maria Eu disse...

Belo! Tanto que não há comentário que lhe faça justiça!

Beijos, MA. :)

Odete Ferreira disse...

Há um tempo certo para tudo...
(Surpreendente sempre a tua veia criativa)
Bjo, Filipe :)

Olinda Melo disse...


E nós com eles. O que é preciso é persistência e seguir a música das suas palavras, caro Poeta.

Abraço

Olinda