publicado no "Presos a um sopro de vento"
POÉTICA EDIÇÕES
Quando chegaste
sangravas de uma asa
menina dos meus olhos
pátria efémera
a rasgar palavras
despida de tudo
regressaste ao concerto
dos meus silêncios preferidos
vestiste a cal de branco
num véu de noiva
e escreveste uma frase
trinada nas paredes da casa
que ainda hoje conservo
no coração das pedras
há pássaros em riste
25 comentários:
~
~ ~ ~ B e l í s s i m o ! ~ ~ ~
Já o Manoel dizia
"Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós."
E, neste teu poema,
a importância
é tanta
A sangrar de uma asa e despida de tudo.
Expressões que nos fazem pensar de imediato num ser frágil sujeito a sofrimento. Talvez assim nos sintamos às vezes, neste mundo entregue a poderosos. O poema traz a cadência metafórica a que já nos habituou e que tanto aprecio.
Obrigada, caro Mar.
Olinda
Tristes os que têm pedras no lugar do coração...
Muito, muito bonito. :)
Bom fim-de-semana.
Bj
Um concerto de trinados sedutores!
sempre uma poética irrepreensível, uma leveza de palavras e uma grandiosidade de mensagem.
Fraterno abraço
São belos versos!
"poetas são os que escrevem poemas..."
Bjs
poema fulgurante, como um pássaro em riste...
belíssimo
forte abraço meu irmão, Poeta maior
Poema luminoso, claro,
claro como a cal
derramada nas feridas,
saradas na esperança,
de crescer a pátria.
Um belíssimo poema. Com asas e muita luz. Com palavras e silêncios...
Um beijo.
Uma chegada em fragilidade....Quem não tem momentos destes?
Belo poema....Dá que pensar.
Bom domingo
Bjgrande do Lago
Algumas coisas vem pra nós de presente... Pena que sejamos tão ingratos que não valorizamos qdo elas acontecem... bjs
E espera porque sabe bem que os teus pássaros, feitos poemas, vão continuar a cantar para ela.
Abraço fraterno Poeta
Chegar ao coração das pedras não é para qualquer um...
Sua poesia é simplesmente maravilhosa, Mar.
Gosto das pedras com coração, pois, como arma de arremesso.
Abraço,
mário
Bem bom, este poema!
Saudações poéticas!
Belíssimo!
Belo poema, com pássaros dentro, capaz de nos levar nesta travessia!
Beijo
Um poema magnifico que dá que pensar, muito!
Beijinhos,
Ailime
Boa tarde, por morrer uma andorinha não acaba a primavera, é o mesmo. ao sangrar de uma asa a vida não para, obrigado pela partilha.
AG
Pássaros ou armas - às vezes é o mesmo!
Parece que todos temos algo a sangrar...
Sempre me encantam as tuas metáforas. Este poema não é exceção.
Belo!
Bjo, Mar :)
Apesar de tudo, continua a haver lastro. É o que nos move.
Abraço
eu acho mas posso estar enganada(tenho quase a certeza) que já tinha lido este poema.
mas é sempre bom re-ler poesia desta qualidade.
muito bom
:)
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