terça-feira, 22 de abril de 2014

ATÉ ARDER DE NOVO A MADRUGADA




                                          publicado no "A linguagem dos espelhos" 1982



Arde a madrugada na incandescência
dos nossos lábios
tangem cordas de oiro e prata
os nossos dedos

transportamos anéis de fogo
no interior dos corpos
labaredas cingidas
nas línguas

No regresso é o caminho que nos trás
exaustos de muitos pesos

rangem os corpos
mas dos lábios
saltam faúlhas que nos alimentam

até arder de novo a madrugada


 

31 comentários:

Ailime disse...

Belíssimo! A madrugada que se deseja ardentemente. Bj Ailime

Laura Santos disse...

As madrugadas ardem depressa ou lentamente. A saudosa madrugada ardeu depressa e apenas resta o fumo nos anos e um travo amargo nos lábios que poucas palavras conseguem acender.
xx

Maria Eu disse...

Até arder uma e outra vez...

Beijinhos Marianos, MA! :)

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

cravos em fogo

adormecido

mas, ainda com faúlhas...

:)

Sónia M. disse...

Num mundo, onde tudo é efémero, só a flor ganhou um pedaço de eternidade...


Beijos

Rosa dos Ventos disse...

E há-de arder!

Abraço

Armando Sena disse...

Que o fogo liberte o espírito da liberdade.

Odete Ferreira disse...

Gostei imenso desta madrugada de fogo, ardente, auspiciosa...
Que assim sejam elas, frequentemente!

Bjo, (de)Mar :)

ana disse...

Uma excelente homenagem.
Boa tarde!:))

jrd disse...

De amor e revolução se fazem as madrugadas.
Belo poema.
Abraço

Agostinho disse...

Que os cravos se multipliquem pela madrugada da esperança que há em nós.

Anónimo disse...

Bonito, Mar.

Beijo.

vieira calado disse...

Não creio que seja ainda na próxima 6ª feira...
Mas nós, os poetas, procuramos colaborar (com palavras) a ver se isso vem a acontecer...
Um abraço!

Maria Rodrigues disse...

Que a madrugada traga sempre um raio de esperança a todos nós.
Belissimo poema.
Beijinhos
Maria

Agulheta disse...

Muitos de nós buscamos a madrugada libertadora,e traga cravos de esperança que andam desfolhados de tanto mal que que lhe fizeram.Feliz 25 de Abril!Beijinho
Lisa

Lídia Borges disse...


"até arder de novo a madrugada"


Um beijo

Janita disse...

Pois que arda, rubra e incandescente, até ser dia!

Um beijo.

Manuel Veiga disse...

que as faúlhas se façam labaredas. e as bocas grito. e lábios favos de mel...

forte abraço, Poeta

25 de Abril, Sempre.

Suzete Brainer disse...

O fogo (a força)na construção

da chama da liberdade a

cada dia...

Muito belo!!

Bj.

PS:Que título belo "A linguagem

dos espelhos"...

Vento disse...

neste dia costumo oferecer-te cravos, porque tu gostas!
hoje passei para roubar-te um,
para acreditar em Abril!
há quarenta anos, quando saí de casa para ir trabalhar, havia uma "estranheza" nas ruas, não sabia ainda de uma "revolução em Lisboa", assim diziam dela as gentes na cidade invicta :)

mas o dia estava lindo!
beijo.

Majo disse...

~
~ ~ Que as nossas palavras e os nossos sentidos cantos,
sirvam para que surja essa ardente alvorada, purificada
e rejuvenescida, em magníficos tons esplendorosos. ~ ~

~ ~ Saudações democráticas e um cravo vermelho. ~ ~

Ana Tapadas disse...

Assim será!

(Belíssimo poema)

Beijo

Lilá(s) disse...

Que venham mais madrugadas assim...
Bjs

MS disse...

Sentido, bem ao teu jeito, Poeta !

Imagem/mensagem forte: 'dos lábios/saltam faúlhas que nos alimentam'. E imensa !

Arco-Íris de Frida disse...

Que a madrugada nunca deixe de arder... sempre e sempre...

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Que as vozes dos poetas não se calem e que a madrugada não tarde.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Graça Pires disse...

"Até arder de novo a madrugada" ...
Só este verso vale o poema todo.
Um beijo, amigo.

deep disse...

É urgente que arda uma nova madrugada e que das suas cinzas se erga um novo dia. :)

Olinda Melo disse...


E é no peito que se dará o encontro de incandescências, novas e antigas, que iluminarão os nossos dias.

Abraço

Olinda

vida entre margens disse...

Eu quero acreditar na chama da Liberdade!
Eu ainda acredito na cor dos cravos...
Abraço!

manuela baptista disse...

arde, hoje também

um abraço