terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

NA MEMÓRIA DAS PALAVRAS




                                Com a poeta LICÍNIA QUITÉRIO na Ericeira



Quando reivindico um sopro de música
para o teu andar de ancas vagaroso
sobre a nudez branca das dunas
é para despertar o sabor do vento
desfolhar os teus cabelos em partículas

Quando reivindico um futuro quase divino
para as aves marinhas que perfumam
as clareiras solares mais íntimas deste espaço
desejo apenas um porto seguro para o teu corpo
uma jangada efémera de cristal

Quando reivindico para ti um sonho verdadeiro
brotas do chão como um pomar de faúlhas
como se fôssemos uma lenda
em viagem sinuosa pelo tempo

És a pátria em alvorada que navego
e me desprende
o acesso intangível às brevíssimas papoilas
grão de areia esculpido com amor
na memória das palavras


 

38 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Hoje nem preciso de palavras minhas
Fico com a memória destas

Laura Santos disse...

Bendita musa que inspira versos destes.
xx

Arco-Íris de Frida disse...

"Quando reivindico para ti um sonho verdadeiro
brotas do chão como um pomar de faúlhas
como se fôssemos uma lenda
em viagem sinuosa pelo tempo"

Lindo... "como se fôssemos uma lenda"... palavras... tao belas palavras...

Olinda Melo disse...


Hoje perdi-me aqui, enredada no fogo destas palavras memoráveis.É que não se trata propriamente de metáforas, com as metáforas posso eu bem :)))(brincadeira).São declarações sentidas e apaixonadas, nascidas de uma inspiração divina ou semi-divina, com um 'andar de ancas vagoroso', 'uma lenda', 'a pátria em alvorada', pronta a ser habitada.

Mar Arável, os meus respeitos.

Abraço

Olinda

deep disse...

Que dizer? Belo, simplesmente. :)

lis disse...

O baú da memória passa sempre pelo coração e expressadas assim tomam a forma de desejos realizáveis,
Lindo pensar do poeta.

OUTONO disse...

A beleza de um sonho...dedilhado na poesia plena!!

Abraço!

jrd disse...

A tua pátria não é um barco abandonado, navega na memória das palavras que desenhaste em cada praia.
Grande poema Amigo e Irmão.
Forte abraço

Agulheta disse...

Olá amigo! Me perdi um pouco nas palavras poéticas que gostei de ler.
Beijos /Sorrisos

Lídia Borges disse...


"Minha pátria é a Língua Portuguesa."

Bernardo Soares

Um beijo

Suzete Brainer disse...

Um belíssimo poema que ficará

na memória de quem o ler.

Um dos mais belos que

eu li na blogosfera.

Viajei com emoção través

das belas metáforas...

Poema magnifico,Eufrázio!

Ana Tapadas disse...

É de uma beleza rara!

Beijo

mmm´s disse...

Quando reivindica a beleza das palavras, o poema acontece!

Rita Freitas disse...

Lindíssimo!

Perdi-me por aqui

bjs

Sónia M. disse...

Belíssimo! Tudo!

Beijo

Anónimo disse...

Tão lindo...

Beijinho.

Fernando Santos (Chana) disse...

Excelente poesia....
Cumprimentos

vida entre margens disse...

Tem arte, tem beleza, tem sentimento...
Parabéns Poeta!

Abraço!

Anna disse...

Muito, muito belo...!
Parabéns, Eufrázio :)

Um beijo

Marta Vinhais disse...

E ficamos com sonhos e com palavras na memória...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Graça Pires disse...

Parabéns por este poema tão belo e sensível.
A Licínia faz tudo o que pode para divulgar os poetas. Também já estive na Ericeira.
Beijo.

Janita disse...

Quaisquer palavras que eu escrevesse não seriam sequer ínfimos grãos de areia ante tamanha grandiosidade poética. Obrigada...

Cheguei, li, reli e parto sem nada reivindicar. Como poderia?

Um beijo.

Manuel Veiga disse...

um grão de areia tão denso (e tão intenso) que explode, meteórico, iluminando o universo poético que te é tão caro - profusão de metáforas e vivências...

excelente, meu caro Poeta

abraço fraterno

Ailime disse...

Lindo! E na memória das palavras a poesia se faz presente. Bj Alime

Lilá(s) disse...

Poema magnifico!
Bjs

anamar disse...

Só te poderia ter lido em voz alta.

Abracinho,

:)

. intemporal . disse...

.

.

. re.clamar . é reaver .

.

. em estado puro . ou subtil .

.

.

Fê blue bird disse...

Memorável este seu poema.
Li e reli . LINDO!

beijinho

Teresa Almeida disse...

Uma reivindicação lavrada na pele da palavra - com verdadeira mestria!

Obrigada.

Grande abraço.

je suis...noir disse...

Poema belo:)

Bom fim de semana!

Teresa Poças disse...

grão de areia esculpido com amor - Receita para a felicidade!

MS disse...

Um poema encantador ! Bela, a tua musa !

Bom fim de semana!

rosa-branca disse...

Poema maravilhoso que adorei. Amei demais o final. Um abraço com carinho

Maria João Brito de Sousa disse...

Que magnífico poema, Mar Arável!

Perdoar-me-ás a pouca originalidade do comentário mas eu não sou nenhuma perita em comentários... adjectivo, mais do que comento...


Deixo o meu abraço e uma vénia!

Canto da Boca disse...

Algumas palavras são fundantes de inesperados mundos, e ficam, eternas na memória da poesia!

bettips disse...

Belíssima companhia, a do (teu)poema e dos poetas numa terra azul, arável pelo mar. Pela memória nos (re)conhecemos!
Abç

GL disse...

A pátria em alvorada, em alvoroço, reivindica, desesperadamente um porto seguro.
Os corpos merecem-no, a musica exige, o sonho acontece.
Abraço.

ana disse...

Um poema bonito com o mar e o amor de fundo.
Boa noite. :))