domingo, 30 de junho de 2013

NA FOLHAGEM DAS OLIVEIRAS



                               "mulher pássaro" ósseo de Graça Morais



Há tantos anos
que te não via os olhos
de tão perto os conhecer

foi preciso um pássaro
ajudar-me a fazer lume

rasgar janelas
na direcção do vento

e com um fósforo
atear fogueiras
só para os ver

lá estavam
na folhagem das oliveiras



 

16 comentários:

Lídia Borges disse...


A primeira estrofe - crua como azeitona por curtir.
As outras, todo o labor de acender candeias, de encontrar a luz.

Um beijo

deep disse...

O olhar, muitas vezes o olhar. :)

Bom resto de domingo.

Mel de Carvalho disse...

por vezes, na vida, só quando nos afastamos, vislumbramos o que, desde sempre estivera na clarividência de um fósforo.

estimado amigo, a sua poesia, é, como sempre lhe digo, belíssima.

abraço fraterno
Mel

trepadeira disse...

Os olhos estão sempre na folhagem,ou nas asas das borboletas.

Abraço,
mário

jrd disse...

Belos, como duas azeitonas.

Abraço

Rogério G.V. Pereira disse...

Um dia (não perdi a esperança)
ainda hei-de ser poeta
acender fogueiras
e conseguir ver
através da folhagem das oliveiras

Justine disse...

Os pássaros são sempre uma poderosa ajuda...

Manuel Veiga disse...


por vezes um pássaro é um relâmpago incandescente.

e as oliveiras uma seara de fogo.

abraço fraterno, meu caro Poeta

Branca disse...

Um poeta sempre consegue acender fogueiras e tranformar os dias...

Beijos
Branca

Rita Freitas disse...

A distância a que estamos das coisa influência a forma como as vemos.

Boa semana

Sónia M. disse...

Belíssimo
desde a "mulher pássaro"
até às oliveiras.

Gosto de abrir esta janela.

Bj

Canto da Boca disse...

Às vezes ficamos "cegos de tanto ver", e rasgar as janelas da cegueira é condição "sine qua non" para atiçar fogueiras.

Beijo!

ana disse...

Muito bonito, Mar Arável.
A folhagem por vezes esconde.
:)

marlene edir severino disse...

De tanto conhecer
nem sempre enxerga

Ah o pássaro!

Beijo, poeta!

Chinezzinha disse...

por vezes não reparamos naquilo que tão perto está de nós.
achei o poema belíssimo.
bjs

lis disse...

E a gente vai criando asas na companhia dos poetas
_obrigada por conduzir-me ...
um abraço