Lá fora as árvores tirintam
no coração dos pássaros
Tudo parece gelo
até o ladrar dos cães
mas quando afagamos uma pedra
abrimos a porta
o sol entra pé ante pé
e nós cantamos
baixinho
para não acordar o silêncio
nas paredes da casa
Andarilhos pela vida inteira
percorremos rotas indecifráveis
traços de luz
neste chão
que nos faz andar
e atear fogueiras
33 comentários:
Andarilhos somos
tantos
e andarilhos seremos
até ao fim.
Beijos.
Belíssimo! :)
apesar de andarilhos, que o sol toque corações...
Gostei muito
abraço
cvb
Nais tukê,
bj
De andarilhos a ateadores de fogueiras. Não fosse estragar o que de tão belo escreveu, diria que dá jeito em noites destas.
(desde o tempo em que anotávamos a nossa história nas paredes das cavernas e fazíamos o fogo, friccionando o sílex)
Beijo!
Um misto de guerra e paz. Como um coração de asa ferida...
Um beijo
Somos mesmo andarilhos...
e, pelos vistos... piegas ;)
Bjos
Eufrázio, andarilhos seremos, com a certeza de que, na guerra e na paz, se sublimam os homens de boa vontade.
A sua poesia é belíssima, bem sabe. E eu não tenho como dizer-lhe do quanto de belo leio neste poema.
Bem-haja
Abraço saudoso e amigo
Mel
Andarilhos, talvez só até encontrarmos o que procuramos.
Às vezes encontra-se.
E encontramos a paz.
Um abraço
Um sentimento sofrido fala deste andarilho.
Beijinho e uma flor
Vida: imprecisos passos
mas necessário caminhar
e usufruir
o calor das fogueiras
Abraço, Mar!
Deixemos o silêncio dormir...
Bj
Atear fogueiras de sentires com acendalhas de esperança... é disso que precisamos...
Gosto desta esperança do caminhar... enquanto nos é permitido!
Muito bonita esta forma de nos aquecer por dentro.
Bj.
Andarilhos sim! Ninguém nos há-de parar.
Como sempre poeta adoro ler as entrelinhas das palavras.
Beijinho
Sonhadora
Andarilhemos, então!
Abraço
Se ao afagar uma pedra se abrisse uma porta ...
juro que o faria.
Beijo Eufrázio.
lindo
Bjinhos
Paula
Evoca um "andarilhar" generativo, que é de valorizar. Resistamos, então, às agruras destas estradas.
Bom fim de semana.
Andarilhos sempre em busca de alguma coisa.
Bom fim de semana.
Muito bom.
Abraço
"quando afagamos uma pedra
abrimos a porta
o sol entra pé ante pé
e nós cantamos
baixinho
para não acordar o silêncio
nas paredes da casa"
Gostei muito.
:)
Quasquer que sejam as estradas, o nosso destino é andarilhar!
Ontem foi mais um dia de andarilhos a abrir rotas futuras!
É sempre de uma excelente qualidade
a poesia aqui inserida.Outra coisa
não seria de esperar.
Bj./Irene
uma pedra da sorte
porque afagada
as fogueiras do seu poema trocam o coração dos pássaros-árvore
e caminhamos
um abraço
manuela
Caríssimo Eufrázio,
se soubesses das vezes que li este poema, sempre com redobrado espanto e enlevo não acreditarias. Tal como a Mel de Carvalho acho indizível o transmitir quanto de belo encontro nestes versos.
E acredito sim que se abrem portas quando se afagam pedras...
Que a luz nunca nos abandone no atear das fogueiras.
Beijinhos
Para lá dos segundos sentidos, um poema que nos toca.
Muitos parabens e ateemos então as fogueiras
E "El camino se hace al andar".
Gostei particularmente da impressão telúrica que fica do "afagar da pedra".
Um abraço.
Andarilhos de muitos mundos, eis-nos!
Mar, emprestas-me este poema para o "vento", sim?!
até já.
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