sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ENTARDECER


Nem o mar sabia
entardecer
numa folha de papel

esculpir em síntese
a tua nudez

Nem o mar sabia responder
a tanto azul
nem eu sabia que tardavas
mas chegavas
chegavas, chegavas
nunca mais acabavas de chegar
a tempo de plantar
uma árvore
que se desnudasse
folha a folha

Nem tu sabias senhora
neste deserto
a sede do entardecer


39 comentários:

hfm disse...

Como uma cantata!

jrd disse...

Como não saber da beleza?!...

mundo azul disse...

__________________________________

...mas, acabará sabendo!


Bonito, muito bonito...


Beijos de luz!!!

_________________________________

São disse...

Te desviei o poema.
Um abraço, amigo meu e poeta.

Meg disse...

Mais uma ode à beleza... mais um belo poema, o que já é uma marca deste Mar Arável.

Bom fim de semana

Um abraço

lino disse...

Duas obras d'arte.
Abraço

Virgínia do Carmo disse...

Só de muita sabedoria nasce a consciência de pouco se saber...

Bjos

Anónimo disse...

Sempre o mar... e "ele aqui tão perto" :)

Como sempre...UM APLAUSO!

Bjs

poesianopopular disse...

A minha admiração por esta maré tão avassaladora, á qual desejo um futuro tão rápido quanto próspero.
Abraço

Unknown disse...

Elegante
Sóbrio
Tão bem escrito

Belíssimo poema.

Saudações.

Justine disse...

Tudo muito belo...até o entardecer!

Cristina Fernandes disse...

O mar eterno da inspiração dos poetas, num entardecer sem respostas...
Um abraço
Chris

tulipa disse...

Gosto de ler as tuas poesias,
mas...quando brinco com as palavras,
na tentativa de fazer algo,
as palavras saem-me de forma bem diferente.
Porque será?
Eu...até sei.
É preciso vivenciar aquilo que se escreve, sentir cá dentro o que passamos através dos sentimentos, e...nesse aspecto cá dentro está tudo muito negro.
Como eu gostaria de dizer:
Penso em ti
e, sempre que o faço
torna-se mais suave a solidão…
Tu representas cores alegres
que pintam os segundos do meu viver
E decoram a minha alma
e o brilho no meu olhar.

Boa semana.
Tenho um desafio num dos meus blogues, se quiseres participar, fico feliz e à tua espera.

Anónimo disse...

A estrada quem fez foi a gentil São, que sabe por certo colher e semear poesia.

Muito intenso teu poema. Quase quis ser a musa.
Abraço.

Isabel Victor disse...

"acabavas de chegar
a tempo de plantar
uma árvore ..."



É sempre tempo de poesia, mesmo ao entardecer __________________


Um beijo, Mar arável


iv

Manuel Veiga disse...

"era a tarde de todas as tardes em que amanhecias..."

não levarás a mal a citação. que os teus belos versos superam...

excelente

abraço, amigo Poeta.

MARIA disse...

Lindo, subliminarmente intenso e belo.

Um beijinho amigo

Teresa Durães disse...

como sempre, belo!

AFRICA EM POESIA disse...

Gostei...


PALAVRA


O amor...
Palavra pequena...
Palavra simples...
Mas palavra...

......

Palavra...
Que é...
Forte...
Palavra...
Que é...
Imprescindível...

......

Que todos querem...
Pois quem não sabe...
...Amar...
Não sabe também...
...Viver!...

LILI LARANJO

Anónimo disse...

fez-me lembrar a voz do carlos do carmo, de que tanto gosto, naquela poema belíssimo, era a tarde mais tarde que me entardecia... não é assim? gostei muito, eufrázio. um grande beijinho.

anamar disse...

É preciso ler-te.

Deixar 2 beijos pelo que nos ofereces sempre...

Poesia feita por gente e para gente... uhmmm....
:)))

RENATA CORDEIRO disse...

Lindo! Lindo!

*Jurou-me eterno amor. A noite ia cahindo
E, entre outras phantasias,

Eu disse-lhe sorrindo:

Se Deus surgisse agora, aqui, perante nós

O que é que lhe dizias?

- Que nos deixasse sós...

AUGUSTO GIL*

Abraços, querido amigo!
Renata

Nilson Barcelli disse...

Vi o poema publicado no blogue da São. Daí ter vindo ver quem era o autor de tão belo poema.
Aproveitei para ler mais alguns.
Parabéns, gostei imenso de tudo o que li.
Boa semana.

CCF disse...

Como uma canção...soa com música.
~CC~

Maria P. disse...

Belíssimo...

Bjs*

maré disse...

puríssima nudez de azul
onde se chega com sede

onde se amanhece
uma espera sobre o lento ouro das folhas.


_____

belo entardecer Eufrázio

beijos

hfm disse...

Folha a folha há sempre um renascer e um entardecer. Belíssimo!

Braulio Pereira disse...

lindo sempre

adorei


beijo e poesia!!

Licínia Quitério disse...

Muito belo. Sereno como o entardecer que se deseja. Fizeste-me lembrar Neruda.

Beijo.

margusta disse...

Amigo,

...faz tanto tempo que não passava por aqui....e foi tanto o que perdi :)

LINDOOOOOOO este poema!!!


"Nem o mar sabia
entardecer
numa folha de papel"

Adorei!

Beijinhos e um sorriso para o teu dia!

Margusta

Secreta disse...

Entardecer sedento de sentires!

AFRICA EM POESIA disse...

Da Ria de Aveiro para o seixal...


Passei para um beijinho e...

PALAVRA


O amor...
Palavra pequena...
Palavra simples...
Mas palavra...

......

Palavra...
Que é...
Forte...
Palavra...
Que é...
Imprescindível...

......

Que todos querem...
Pois quem não sabe...
...Amar...
Não sabe também...
...Viver!...

LILI LARANJO

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mar Arável

Como pode ser bela a harmonia das palavras e do sentido!...


Abraço

L e n a disse...

Que frescura neste teu poema !
Recebi o teu Mar em brisa marina...

Também ainda cheguei a tempo de te ler..

Beijos

Arábica disse...

Nunca se sabe até se perceber
do saciar das sedes.
Nunca se sabe, até.

Um abraço.

Mariazita disse...

Cheguei até aqui através do blog da São, pois adorei este poema "Entardecer" que ela lá publicou.
Dei uma olhada nos posts anteriores e gostei francamente.
Virei mais vezes.

Beijinhos
Mariazita

utopia das palavras disse...

Não tardas nunca no meu encanto de te ler! Belo...belo, senhor!

Um beijo

Branca disse...

Ao ler este poema senti algo que me fez lembrar Eugénio de Andrade, embora ele fosse mais seara, mais campo, mais as raízes da sua infância e por aqui encontre mais mar. No entanto acabou por viver os últimos anos perto do mar e também o cantou. Para quem gosta dele Mar é vida, amor, tudo o que a vida contém associado. Apreciei muito este poema.
Um abraço.
Branca
Branca

poetaeusou . . . disse...

*
como eu ando sedente,
de poemas como este,
parabens,
,
*