segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A CASA VAZIA

Nem as tuas ancas são como os barcos
nem eu vejo
no teu corpo
uma casa vazia

mas hoje
quando o vento nos bafejou
tão breve
reparei como o chão se desnudou
para os barcos desenharem na água
o baloiço das tuas ancas
adormecerem o perfume
em colares no teu corpo
e a luz arder a prumo
antes que a chuva se desmande
neste desassossego
de lábios e areias
Ao longe a casa vazia
com portas abertas
janelas escancaradas
para quando chegarmos
tudo fique mais azul
em cada sílaba

19 comentários:

Maria disse...

Belíssima a tua casa...

Beijo

Anónimo disse...

E entre o que é e o que pode ser existe um espaço ínfimo, que pode ser sonho, ou simplesmente desejo, mas pode preencher de vida e azul uma casa vazia.

bjs

Paula Raposo disse...

E assim é...beijos.

CCF disse...

Casa e pessoa, só um lugar neste poema.
~CC~

mfc disse...

Uma forma linda de dizer o desejo.

VFS disse...

morada azul

Justine disse...

Sensualidade elegante, é como me apetece chamar a esta casa cheia de luz.

Mateso disse...

No menear da palavra a sensualidade do desenho.
Bj

maré disse...

e ele perguntou-lhe:

onde vais?

ela: vou mergulhar no azul, para amanhecer em ondas no teu desejo!

um beijo

Donagata disse...

E tudo será mais azul nessa casa de desejo.

São disse...

...e assim encheste de muita beleza a casa vazia

Bem hajas, amigo.

Licínia Quitério disse...

Corpos como casas.

Poema requintado!

lino disse...

Uma casa vazia, mas cheia de sonhos.
Abraço

Manuel Veiga disse...

muito belo, Poeta amigo.

Poema de uma sensualidade vibrante...

admirável talento. o teu

Graça Pires disse...

Uma casa. Um corpo.
"reparei como o chão se desnudou
para os barcos desenharem na água
o baloiço das tuas ancas"
Um poema belíssimo!
Beijos.

Anónimo disse...

... belo poema!
Numa casa,... um corpo (mas que corpo!!!)...e a vida será sempre azul...

Ab. EL. -

polidor disse...

a vida é um pouco azul quando os sonhos se parecem reais

Arábica disse...

A claridade da escrita.

Sempre tanta!

Gabriela Rocha Martins disse...

a saudade nua de me perder nas tuas palavras


.
um beijo