sábado, 7 de março de 2009

4 PAUSAS PARA UMA PAUTA

Picasso
Óleo de Olbiski
Inclino-me
para te oferecer
a única flor púrpura
deste chão
e só depois recolher
a tua infinita nudez


Tens mais barcos
nos olhos
que todos os mares
e eu só posso
dar-te os meus


Acordei inesperadamente
a sombra dos corvos
clareei as sílabas
no timbre pautado das marés


Caminho por entre
os ponteiros do relógio
precisamente
no espaço livre do tempo
para regressar às pausas
intermitentes

37 comentários:

Anónimo disse...

Pausas intermitentes.. faço-as para
retomar a leitura de mais um poema mágnifico.

Bjs

Ana Paula Sena disse...

Muito belo o poema! Na medida certa, certíssima, na qual oferecer primeiro a flor púrpura é de infinita grandeza!

Bom fim-de-semana :)

mdsol disse...

Palavras sentidas, não são?
Por isso soam tão bem!
:))))

Maria P. disse...

Quem não é muito de palavras (mais de imagens) tem dificuldade em expressar o que sente ao ler algo asssim...

Bom fim-de-semana*

anamar disse...

Mar Ar´vel, pena só o ter descoberto há pouco tempo, apesar de saber da sua existência... a oferta é enorme até nos definirmos pela procura diária de uma musica de palavras como a sua!
Os quadros , admiráveis... eu, uma picassiana... não conhecia!
Mais uma vez bom fim de semana!

mariam [Maria Martins] disse...

Eufrázio,

fico sempre' derretida' quando 'o' leio . adoro voltar aqui. :)

passei para desejar que tenha um dia (que 'dizem' ser da Mulher!) muito Feliz! seguido de muitos outros não menos fantásticos!

deixo um abraço, o sorriso de sempre e saudades!
mariam

Bandida disse...

escrever na pauta das pausas.


gostei imenso!


um enorme beijo

Isabel Filipe disse...

um poema perfeito e muito belo.
adorei.


bjs

CCF disse...

São pautas escritas com palavras de música, por isso apetece ouvir ler.
~CC~

clara branco disse...

uma pausa intermitente
com sabor a brisa do mar

Graça Pires disse...

As pausas também são música... Belíssimo poema. Um abraço.

Manuel Veiga disse...

que melhor caminhar para o Poeta (amorosamente rendido) que a intermitência dos segundos no intervalo dos barcos e das marés?!...

... mítico lugar esse onde a Mulher se faz timbre e silabas. indizíveis!

intemporal. teu Poema.

abraços

Justine disse...

A música dos sons e dos silêncios nos teus versos, hoje delicados.
Imagens perfeitas - todas elas!

isabel mendes ferreira disse...

belíssima a pauta!


________

Maria disse...

Belíssimo o poema.
Belíssimos os olhos com barcos
e com peixes...

Beijos

Anónimo disse...

Quatro pausas que constituem uma bela pauta.

Um abraço

L e n a disse...

Uma beleza de poema
acompanhado com lindas fotos
Gostei...reli...adorei

beijos

Teresa Durães disse...

Pausas intermitentes fazem com exista uma ponte dos momentos vividos

Meg disse...

Caro Amigo,

Depois de 2 meses privada de net, por ter mudado de residência, aqui estou de regresso, finalmente, e venho, numa primeira visita, deixar um abraço e a promessa de voltar para ler e comentar, como é devido.

Um abraço

Meg

as velas ardem ate ao fim disse...

Belissimas intermitencias!

bjo

João52 disse...

bom poema lindas imagens

Hugo Pires disse...

Quatro andamentos de um belíssimo silêncio.

Graça disse...

Belíssimo o teu poema...

"caminho[...] no espaço livre do tempo"

[adorei!]

Beijo

Fá menor disse...

As pausas são essenciais à música...

Bonito post!

Laura Ferreira disse...

E depois de uma pausa profunda, eu digo: gostei.

jrd disse...

Só as pausas são intermitências, entre cada poesia contínua.

Licínia Quitério disse...

"tens mais barcos
nos olhos
que todos os mares
e eu só posso dar-te os meus"- Destaco esta pausa. Gosto, porém, de todas.

Alberto Oliveira disse...

... na verdade, eram demasiados os barcos que ela tinha nos olhos. Eles eram barcos pesqueiros, petroleiros, de cruzeiro, cacilheiros e muitos mais de diversos feitios e tamanhos mas sempre com a proa apontada ao amor e a ré deixando para trás desfeita em espuma, a última paixão de mais um estio.
Pobre dele, que apenas possuia um barco em cada vista. Mas a infinita nudez dela alimentou-lhe a coragem «E se eu juntasse os meus barcos aos teus?» Ela sorriu-lhe - um sorriso que o trespassou de bombordo a estibordo «Primeiro regressa lá às pausas intermitentes que depois veremos... »

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mar Arável

Sublime de imagens e de palavras nesta entrega sem retorno.


Abraço

vida de vidro disse...

Pausas envolventes de tão belas. Um poema para ocupar esse "espaço livre do tempo". **

Mateso disse...

O espaço livre em que se soltam as notas de uma melodia de palavras em modo ascendente de harmonia perfeita.
Bj.

maré disse...

intermitentemente

navego.te
.

de barcos

cheios

de moliço

e tempo

de marés
.
sou uma sílaba

a nudez de uma pauta
_____

beijo
aquático, sim.

Meg disse...

Quisera eu saber pôr em palavras o sentido de pausas como estas.
Um poema gostoso de ler...

Um abraço

Sônia Brandão disse...

Para acompanhar a beleza das imagens visuais, belas imagens escritas.
Abraços.

Donagata disse...

E as palavras que brotam tão fáceis e se acomodam, precisas, nos espaços certos, acompanhando o timbre pautado das marés.

Beijos.

Gabriela Rocha Martins disse...

sem fôlego

deixo livre no tempo



.
um beijo
( um rasto de poetar )

Anónimo disse...

Inclino-me
para receber toda a beleza
de mais este conjunto
de palavras
tão bem encadeadas!

"Caminho por entre os ponteiros
do relógio..."

princesa