Para celebrar o hino apócrifo do vento nos barcos desgrenhados respirámos fundo a essência dos sargaços e o mar inteiro sem idade mal coube nas nossas mãos
Estávamos tão íntegros a hastear velas no branco inconsistente das salivas a riscar sulcos na água garatujas nas paredes do cais que não contive nos teus olhos
Muito antes da casa aqui passava um rio de pomares nas margens cohabitavam romãs penduradas por um fio ainda hoje projectam na água o corpo que lhes dá forma
simplificando
aqui nas paredes da casa onde passa um rio não há romãs mas de tão desejadas existem
repartem-se como pão bago a bago nas nossas bocas
e assim aprendemos que os nossos milagres são fáceis de explicar