terça-feira, 15 de outubro de 2019

SOLTÁMOS OS BARCOS







No regresso à velha casa
respirámos fundo
nas paredes do cais

lá  estavam organizados
numa pauta de sons
silvos sulcos lábios

timbres no desassossego das marés
a desvendar como se movem
águas margens  sonhos

No regresso à velha casa
beijámos pedras sedimentos
soltámos os barcos

e partimos



eufrázio filipe

13 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

há regressos
e versos
e partidas
carregadas de poemas

há fins-de-semana assim...

Rita Freitas disse...

Partimos para além das marés

Armando Sena disse...

Em busca do desassossego.

Larissa Santos disse...

Simplesmente belo. :))

Hoje :-Iludem-se os meus pensamentos.

Bjos
Votos de uma óptima Quarta - Feira

Majo Dutra disse...

É bom quando regressado, solta o seu barco...
Beijo
~~

Elvira Carvalho disse...

E partimos tantas vezes sem vontade.
Abraço

Olinda Melo disse...


E partiram para realizar outros sonhos,
que os barcos lá estavam para isso,
para conduzir a outras paragens, mesmo
não saíndo da velha casa.

Abraço

Olinda

Jaime Portela disse...

Os barcos (e as pessoas) não devem ter amarras...
Excelente poema, gostei imenso.
Caro Eufrázio, um bom fim de semana.
Abraço.

saudade disse...

"soltámos os barcos..... e partimos..... Onde nos irá levar a corrente???
Belo
Bom fim de semana
Beijo

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e partimos

às vezes (sem vontade de voltar)

e vamos....ou ficamos!

:)

teresa dias disse...

Belo poema!
A vida é feita de partidas, de regressos e até de desassossego.
Se assim não fosse, não tinha graça alguma!
Beijo.

Ailime disse...

Um poema magnífico.
Voltar e partir. Matar saudades, mas não ficar prisioneiro.
Bjs
Ailime

Agostinho disse...

Os barcos se vão
libertos de amarras
inspirados se vão
nos sinais escritos
na partitura

Abraço.