Oleo de Vladimir Valegov
Quando nos mastros mais altos
das escarpas
as bandeiras em desassossego
caminhavam sibililinas
por uma nesga de sol
tu eras um rio
contra a vontade das águas
a desaguar
margens
pássaros
barcos
sedimentos
à procura de uma nova expressão
para todos os azuis
Ainda hoje não te descobri
mas estou a ver-te aqui dos mastros
tão infinita
sentada no cais
Um dia vou encontrar-te
antiga
olhos hasteados
a construir o fim da tarde
41 comentários:
Meu caro Poeta;
Mais um excelente poema.
Parabéns.
Forte abraço.
Podia ser o meu poema do dia, que foi passado no cabo Espichel...
:))
Beijos de mar
...em coro: BELO!
Um belo poema, um belo mar, um magnifico fim de tarde.
A pintura, de singular beleza.
Um abraço
oa.s
"Um dia vou encontrar-te
antiga
olhos hasteados
a construir o fim da tarde"
que imagem fantástica me fizeste ver... a hora do ocaso sinalizando novos começos (ainda que para muitos, sejam finais), amplos em possibilidades!
Que poema imenso, senti-me barco a singrar mares! Ainda que haja o estático do cais.
Ao fim da tarde, quando a luz tende a reacender memórias, por vezes elas vêm ao nosso encontro...
Belo, como sempre!
Abraço
Em algum poema, texto meu,
escrevi:
"...venha ao meu encontro quando estiver envelhecendo..."
...
Afetuoso abraço daqui!
Marlene
Que a "procura de uma nova expressão" nos alente, em tempos em que as "velhas expressões" estão gastas.
Uma bela combinação de palavras e imagens.
Eufrázio, a reconstrução dos poentes é dos momentos mais belos na linha das marés. Haja a capacidade de hastear os olhos, além da dor, na linha luminosa de um fim de tarde.
Um enorme bem haja, um abraço
Mel
A construir os nossos dias com poesia...
É nossa sina caminharmos contra o vento...
Que beleza!
Suave e embalador.
Procurar todos os tons de azul: que imagem tão bela!
Beijos,
Que belo poema fim de tarde- Quase lusco-fusco.
A tarde - e a mulher - num hausto!
Hasteada e livre.
Abraço
Um dia a vais encontrar
no reflexo do luar
te chamando
e ondeando as águas...
Lindo poema, doce e timido.
Maria Luísa
Que dizer, Mar Arável?
Há sempre "uma expressão" que fica perdida, talvez no horizonte daquele mar de Vladimir Valegov.
Belo! :)
A procura da serenidade? Muito belo!
No final da tarde, tudo pode acontecer...como aconteceu a inspiração para um sublime poema:)
«Ainda hoje não te descobri
mas estou a ver-te aqui dos mastros
tão infinita
sentada no cais»
A serenidade das palavras, são contagiantes.
Parabéns, poeta!
Saudações poéticas
Sublime.
Beijos
Apetece-me desaguar neste teu rio de palavras e sentires...
todos os azuis
encontrados!
um abraço
manuela
Eufrázio
Sublime!!! É no fim de tarde que procro o mar quando ando a remar contra a maré, caminhando contra o vento, é a minha caminhada, os barcos estão mais seguros atracados, mas não foi para isso que eles existem.
Beijo
belo blog parabéns
E q esse encontro chegue logo, para q em seu coração possa aportar.
beijos com carinho,
Mariz
qdo a palavra se faz harmonia... cria-se, inspira-se tão bela poesia!
Lindo...
"Um dia vou encontrar-te
antiga
olhos hasteados
a construir o fim da tarde"
... ler-te com a tela de Vladimir na memória do olhar, imagino-te nesse encontro, na beira de um mar entre os azuis e os verdes....
era um fim de tarde e o sol adormecia vermelho na linha laranja do horizonte!
encanto-me com a tua poesia, por ser plural. nela se pode navegar em qualquer direcção.
que poema lindo!
beijo, Mar.
O poema se constrói delicadamente como olhos que constroem um final de tarde.
bj
"à procura de uma nova expressão
para todos os azuis" Belíssimo poema, como sempre. Um beijo.
Tudo que eu consegui fazer aqui foi suspirar intensamente. As vezes algumas poesias não me permite outra coisa que não o silêncio do meu íntimo. Belissimo.
bacio
Nos olhos da poesa.
E a vida acontece, sempre, por aqui...
Beijos
Construções imensas as que nascem dos seus dedos. Sempre.
Grato abraço
Doce. Fica-se com a cabeça no longínquo, depois da leitura.
Obrigado.
Ela lá estará, esperando, com o olhar infinito.
Abraço, Poeta.
esperança num sonho anunciado.
azuis em fim de tarde.
beij
E quando o encontro ocorrer, dá notícias.
Tamanha exaltação desencadeará uma edição fulgurante.
Um abraço
Assim, como quem respira o desassossego de uma bandeira e se senta à espera de todas as tardes serenas, reinventadas de azul.
Um abraço
A espera, a entrega, a febre que não passa.
Meu beijo.
há fins de tarde que têm muito que se lhe diga...
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