domingo, 17 de fevereiro de 2008

OUTROS AMANHÃS



O sangue mordido
pulsa nas marés
conforme as noites
ancoradas na cidade
e os barcos soltos
no chão das escarpas
desalinham adormecidos
na água
ao sabor dos limos

respiram por guelras

Apesar de tudo cantamos
nesta noite de brumas
sem repouso
sem limites
como o ar que se respira
a si próprio

Hoje despojámo-nos da cidade
para escutar o som
de outras falas
a fímbria do mar
a rasgar-se em clarões
de espumas

outros amanhãs

15 comentários:

Maria disse...

Este mar, que é arável, dá-me paz
e ensina-me a respirar por guelras
enquanto espero outros amanhãs

Beijos

gaivota disse...

outros amanhãs também me levam, sempre, para o mar, onde as vagas, uma a uma, se vão enchendo de espuma, beijando as areias que me enrolam...
beijinhos

nana disse...

a
pesar
tudo...



respiramos.








@-,-'-

Carla disse...

criar outros amanhãs com clarões de espuma leva-nos a invadir o mar...lindo texto

Gabriela Rocha Martins disse...

quiseste.nos assim

ó mar!

vogando
em
clarões

de espumas?

Não

entre algas
e
sereias
vulgares

como nós



.
um beijo

bettips disse...

O mar é eterno, não os peixes.
E não temos tempo para amanhã... Hoje queríamos hoje!!!
(nós, o peixe miúdo)
Abç

Donagata disse...

Também eu fiquei com vontade de "adormecer na água ao sabor dos limos" e acordar já nos "outros amanhãs".
Boa semana

Manuel Veiga disse...

"a rasgar-se em clarões
de espumas..."

excelente, Poeta!

abraços

Dalaila disse...

e saimos,
imos,
e sentimos

jrd disse...

Outros amanhãs; de som, de sol e de sal.

Maria P. disse...

"Outros amanhãs" tão necessários hoje...


Um abraço*

un dress disse...

a saber

da outra vida

possível

a partir

das marés

nuas



.beijO

CNS disse...

outros amanhãs, marés...feitos de espuma, talvez. Feitos de imenso mar de tudo.

Anónimo disse...

Todos nós
esperamos
"outros amanhãs"
Na cidade
No mar
No campo
No céu...

Todos nós
precisamos de
"outros amanhãs"
Em qualquer lugar do Mundo!

princesa

pin gente disse...

barcos soltos que respiram por guelras levam-nos a bom porto depois da tempestade