O sangue mordido
pulsa nas marés
conforme as noites
ancoradas na cidade
e os barcos soltos
no chão das escarpas
desalinham adormecidos
na água
ao sabor dos limos
respiram por guelras
Apesar de tudo cantamos
nesta noite de brumas
sem repouso
sem limites
como o ar que se respira
a si próprio
Hoje despojámo-nos da cidade
para escutar o som
de outras falas
a fímbria do mar
a rasgar-se em clarões
de espumas
outros amanhãs
15 comentários:
Este mar, que é arável, dá-me paz
e ensina-me a respirar por guelras
enquanto espero outros amanhãs
Beijos
outros amanhãs também me levam, sempre, para o mar, onde as vagas, uma a uma, se vão enchendo de espuma, beijando as areias que me enrolam...
beijinhos
a
pesar
tudo...
respiramos.
@-,-'-
criar outros amanhãs com clarões de espuma leva-nos a invadir o mar...lindo texto
quiseste.nos assim
ó mar!
vogando
em
clarões
de espumas?
Não
entre algas
e
sereias
vulgares
como nós
.
um beijo
O mar é eterno, não os peixes.
E não temos tempo para amanhã... Hoje queríamos hoje!!!
(nós, o peixe miúdo)
Abç
Também eu fiquei com vontade de "adormecer na água ao sabor dos limos" e acordar já nos "outros amanhãs".
Boa semana
"a rasgar-se em clarões
de espumas..."
excelente, Poeta!
abraços
e saimos,
imos,
e sentimos
Outros amanhãs; de som, de sol e de sal.
"Outros amanhãs" tão necessários hoje...
Um abraço*
a saber
da outra vida
possível
a partir
das marés
nuas
.beijO
outros amanhãs, marés...feitos de espuma, talvez. Feitos de imenso mar de tudo.
Todos nós
esperamos
"outros amanhãs"
Na cidade
No mar
No campo
No céu...
Todos nós
precisamos de
"outros amanhãs"
Em qualquer lugar do Mundo!
princesa
barcos soltos que respiram por guelras levam-nos a bom porto depois da tempestade
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