terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A MEMÓRIA DAS PEDRAS






No compassado ciclo das marés
à vista dos sereníssimos
moinhos de maré
lá estavam
garças seixos e corvos
tão breves como nós
a inventar destinos
sem âncoras nos sapais

De passagem
para outros azuis
entoamos silêncios
resgatamos barcos
para não perder o rio

beijamos a memória das pedras


Eufrázio Filipe

16 comentários:

manuela baptista disse...

lá estavam os moinhos de maré


são aqueles que possuem sentimentos

um abraço

LuísM Castanheira disse...

moinhos, mós e marés...
e memórias na passagem das águas.
e um poema sublime.
abraço

Graça Sampaio disse...

Muito lindo! A recordar as cheias do Tejo na bacia de Santarém - que tão bem conheci nos idos de 50/60...

Belíssimas as palavras...

Mar Arável disse...

GRAÇA
Baía do Seixal

jrd disse...

Poucos como tu conhecem e sabem recordar a memória dessas pedras.
Um abraço fraterno

Rogério G.V. Pereira disse...

entoemos silêncios

Arco-Íris de Frida disse...

Sejamos como as garças, os corvos, os seixos... inventemos nossos destinos...

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...


os moinhos de maré do Seixal,uma belissima imagem a fazer suporte a um poema cheio de memórias e sentires.

beijinhos

:)

MJ FALCÃO disse...

Bom fim de semana ao pé do azul! De passagem para outros azuis, sempre!
obrigada pela passagem pelo meu blog, para os azuis.

"De passagem
para outros azuis
entoamos silêncios
resgatamos barcos
para não perder o rio."

Palavras soltas disse...

Tudo é breve, menos a memória das pedras.

Belíssimo!

Bjs

vida entre margens disse...

O rio nunca se perde...ele está gravado na memória das pedras...
Frescas e transparentes, são as águas que por aqui correm...

Gostei muito Poeta! Abraço...

Graça Alves disse...

Que jamais percamos o rio...
beijinho

manuela barroso disse...

Tão sereno , que senti a maresia com cheiro a nostalgia!
Bji EF

Agostinho disse...

Superlativo este cantar das palavras autênticas na forma das coisas e dos seres.

Que dizer perante o poema?
Na anatomia do corpo
o habitat e o rio
são o Poeta revelado

Os moinhos e as mós e nós
moídos moendo destinos
ancorados ao fundo da memória
no silêncio das pedras

Abraço.

Anónimo disse...

Os homens vão, mas "as memórias" permanecem vivas.
A memória das pedras, da baía, dos feitos, dos afectos, e... mto mais!
Abraço ao homem e ao poeta
Princesa

Ailime disse...

Olá boa tarde,
Os rios correm sempre dentro de nós.
Magnífico poema.
Beijinhos
Ailime