sábado, 12 de abril de 2014

ATÉ SER OUTRO DIA






Mesmo que nos queiram
roubar a luz
não conseguirão
amordaçar a voz
que rebenta do chão
em flor
às mãos cheias

Abril respira a céu aberto
contra nevoeiros
mares desgrenhados
e outros destinos

Ainda há crianças
a plantar cravos
no coração das aves

a levar o pão
à boca das sementes

até ser outro dia


 

43 comentários:

Alexandre de Castro disse...

Abril não pode ser apenas uma saudade. Cumpra-se o poema.

Anónimo disse...

Passo para lhe deixar um abraço, meu caro.

jrd disse...

Em Abril, até ser outro dia, haverá sempre uma ave no coração de cada criança.

Abraço Poeta

Laura Santos disse...

Que haja alguém optimista, porque eu não consigo ser optimista ao olhar o que me rodeia.
Mas um dia Abril voltará a ser Abril. Quando, não sabemos.
Gostei muito de "ver " o Zeca!
xx

lino disse...

O grande problema é que as crianças a plantar cravos são cada vez menos!
Abraço

marlene edir severino disse...

Mas ainda gosto de Abril:
mesmo deste, de céu opaco,
de silêncios da língua.

Abraço carinhoso, poeta!

Manuel Veiga disse...

"Há talvez um dia outro/Ou uma brisa. Que incendeia. Ou um mar. E gente/Sofrida que não cala..."

abraço, meu irmão.

belíssimo teu poema, Poeta de Abril

Graça Sampaio disse...

E quando virá esse dia?!

25 de Abril, SEMPRE!

Janita disse...

Primeiro é imperativo semear o pão para levar à boca de todas as crianças.
Depois, só depois, será o novo dia.
Bjos.

(Saudades do incomparável Zeca...tantas!)

Lídia Borges disse...


Ainda temos nas mãos a matriz de um abril "a rebentar do chão em flor".


"até ser outro dia"

Lídia

★MaRiBeL★ disse...

==============
..........(¯`v´¯)
...........`•.¸.•´
.........(●̮̮̃•̃)..(●̮̮̃•̃)
......... /█ ♥/█
============== B. E. S. O. S....★MaRiBeL★

Rogério G.V. Pereira disse...

Abril respira
contra todos os destinos

"até ser outro dia"

GL disse...

Não podemos deixar morrer Abril.
Não nos deixemos amordaçar.
Não nos deixemos acomodar.
Por nós, pelos nossos filhos, pelos filhos dos nossos filhos.
Não deixemos que o novo dia seja uma utopia.

Agostinho disse...

Há de chegar o dia
em que a utopia de Abril
vencerá,
em cada boca saciada
a palavra liberdade
fermentará
o trigo da verdade.


teresa dias disse...

O meu país vai voltar a sorrir.
Eu sei que sim.
Viva Abril!

GarçaReal disse...


O nascer de novas flores plantadas por crianças simbolizam que a vida não morreu e que todos os anos se renovam os sentimentos que brotam sempre nesta altura do ano.

Gostei muito

Bom domingo

Bgrande do lago

Arco-Íris de Frida disse...

Ate ser outro dia, existe uma espera que pode cansar...

Majo disse...

~
~ ~ ~ Somos poucos, mas somos uma mão cheia de flores, unidos, reforçamos o
nosso empenho e cooperamos, sentidamente, para que aconteça um "outro dia"...

~ ~ ~ Uma semana muito agradável e inspiradora. ~ ~ ~

tb disse...

enquanto houver uma semente ela germinará!
Abraço em liberdade.

anamar disse...

"Ainda há crianças
a plantar cravos
no coração das ave"

Descri... :(

Ailime disse...

Lindo! E eu acredito que as sementes hão-de florir! Bj. Ailime

Teresa Alves disse...

Abril floresce, e a poesia que mais parece uma prece, ilumina no amanhã a esperança que se quer presente.


Boa semana.

Graça Pires disse...

"Ainda há crianças
a plantar cravos
no coração das aves

a levar o pão
à boca das sementes

até ser outro dia".
Abril não morrerá nunca.
Um poema muito sentido. Gostei de ver o Zeca.
Beijo e Boa Páscoa.

Rita Freitas disse...

Nem a luz desaparecerá nem as aves deixarão de voar. 
Lindo!

Bjs e boa Páscoa

Laura Ferreira disse...

Esse dia nunca mais chega...

Armando Sena disse...

...porque ninguém calará a esperança.

Maria João Brito de Sousa disse...

:) E haverá sempre! A nossa semente é rija e justa!

Abraço, Mar Arável!

manuela baptista disse...

até ser


um abraço

Lilá(s) disse...

É conveniente não perder o optimismo!
Bjs

Anónimo disse...

Com certeza as sementes vão vingar...

Beijinho.

Zilani Célia disse...

VIM LÁ DO BLOG "XAILE DE SEDA" E ME DEI CONTA QUE JÁ ESTIVE AQUI E JÁ TE SIGO.
MUITO BONITO TEU TEXTO.
ABRÇS

http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Dois Rios disse...

Esperança!

Beijos,
Inês

Sónia M. disse...

Abril respira, mas a sua semente apenas germina saudade...

É preciso regressar ao inicio e inventar um outro dia: um dia que fique.

Bj

MARILENE disse...

Não perde o povo a esperança, mesmo quando nada encontra para alegrar os olhos.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

ainda resiste a palavra e a esperança, mesmo que os cravos já tenham fenecido...

:)

Suzete Brainer disse...

A cada dia renasce

a esperança

da voz libertária:

"Que rebenta do chão

em flor

as mãos cheias

a levar o pão

à boca das sementes"

Poema magnífico!!

Bj.

Laços e Rendas de Nós disse...


ABRIL! Será sempre a nossa voz.

Beijinho

Justine disse...

As crianças continuarão a plantar cravos! Sempre!

Odete Ferreira disse...

Rebentam as flores, de facto; os nevoeiros também se enrolam nas nuvens (mas sem sonhos); muitas crianças ainda permanecem no seu sonho.
Sim, poeta, semeamos esperança, cantamos Abril apesar do canto soar desafinado...
(ah, como recordo o meu primeiro Abril...)
- Gostei imenso, apesar do meu travo amargo.
Bjo, Mar

Olinda Melo disse...

"O único Impossível

Mordaças
A um Poeta?

Loucura!
E por que não
Fechar na mão uma estrela
O Universo num dedal?
Era mais fácil
Engolir o mar
Extinguir o brilho aos astros

Mordaças
A um Poeta?

Absurdo!
E por que não
Parar o vento
Travar todo o movimento?
Era mais fácil deslocar montanhas
com uma flor
Desviar cursos de água
com um sorriso

Mordaças
A um Poeta?
Não me façam rir!...

Experimentem primeiro
Deixar de respirar
Ou rimar...mordaças
Com Liberdade.

Ovídio Martins"

Caro Mar

Tem razão. Se há crianças a plantar cravos...é sinal de que ainda há esperança num mundo melhor.

Abraço

Olinda

By Me disse...

E haverá outro dia?

ana disse...

A fragrância continua, ténue... Começa, no entanto, a ganhar mais perfume para bem futuro. :))

Teresa Almeida disse...

Neste poema "Abril respira a céu aberto"
e cada semente é uma promessa (digo eu).

Beijo.