segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

OS CONTORNOS DA SOMBRA

 
 
 
 
Quando abri a janela
a deshoras
o mar uivava
cão lindo
na urgencia das marés
 
organizava sussurros
para dar sentido
a um sopro de vento
 
A noite estava escura
tão escura
que nem parecia noite
 
Foi preciso acender um fósforo
libertar das pedras
uma urze
 
os contornos da tua sombra
 



29 comentários:

Sónia M. disse...

Belíssimo!

Beijo
Sónia

maria teresa disse...

E a sombra liberta foi levada pelo vento de levante...
Abracinho meu!

JP disse...

Os sopros de vento têm sempre sentido....

mesmo nas noites escuras ou nas manhãs enevoadas!

Abraço

Teresa disse...

Depois de um texto, "limpinho".
A poesia absolutamente incontornável!

Anónimo disse...

Fiquei sem palavras! Admirável este poema. Parabéns! E obrigado por poder lê-lo! Beijinho e boa noite.

Anónimo disse...

Lindo !

Beijinhos

Ana

Isabel disse...

Interessante. Assim como a imagem.
Boa semana!

Manuel Veiga disse...

sombra táctil... na febre das marés.

abraço, meu caro Poeta

jrd disse...

Poeta! Quem como tu escreve no espaço das marés?

Abraço

Sandra Subtil disse...

Intrigante...
beijinho

Lídia Borges disse...


"Foi preciso acender um fósfofo, libertar da pedras
uma urze"

Tarefa complexa, esta, se tão escura estava a noite.

Um beijo

Rogério G.V. Pereira disse...

E se todos nós acendermos os punhos?

Dilmar Gomes disse...

Belo poema. Um abraço.

Flor de Jasmim disse...

E um sopro de vento trouxe até mim este belo poema!
Boa semana

beijinho e uma flor

JANE GATTI disse...

Como identificar o real? O corpo ou sua imagem retratada em sombra? Basta acender um fósforo que se revela: mulher-pássaro inundando o olhar aprisionado na escuridão... Abraços.

Sônia Brandão disse...

Quando as sombras se libertam.

Maria P. disse...

Belíssimo!

(Adoro as "legendas" que deixa nas minhas fotos, obrigada!)

Bjo*

... disse...

Ainda bem que o vento estava fraquinho, ia ser complicado acender o fosforo...

Ana disse...

Os contornos que a poesia deixa em nós !

Um Jeito Manso disse...

Um poema com mar, marés, ventos, a cruzar uma noite escura, a lavrar sombras nas pedras. Que maravilha.

Rita Freitas disse...

E muito as sombras nos podem falar.

Bjs

:.tossan® disse...

A penumbra já é escura, mas só para quem se arrisca ao vento e odor da maresia pura não precisa asceder o fósforo, só o vento... . Lindo texto (poesia pura e nua e crua)! Beijo

ana disse...

Lindos estes contornos em palavras e imagem. Só vi que tinha este poema hoje. Uma postagem de Ano Novo que privilegia o nascer do ano.
Parabéns!

Mª João C.Martins disse...



Que se acendam todas as luzes possíveis, há sombras a resistir demasiado à alegria cromática da esperança.

Um abraço, Eufrázio

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

por vezes fico sem palavras e sinto-me muito pequena para fazer um comentário fiel à poesia do E. mas
este poema não foge à regra do que tenho lido
é muito bonito e só o prazer de ler estes versos

A noite estava escura
tão escura
que nem parecia noite

não há palavras...

muito belo....

Donagata disse...

Sempre o mar.
Sempre belo.
Sempre um poema.

Canto da Boca disse...

O contorno é e feito com o coração, obra dos sentimentos... Além de belo o poema, tu ainda nos brinda com Magritte, de quem sou fã...

bettips disse...

Gosto muito deste,
libertário.
Abç

Dia disse...

Adoro todos os seus poemas e sigo atentamente as suas publicações