segunda-feira, 26 de setembro de 2011

FOLHAS PERSISTENTES





Celebro no mais íntimo da pele
a exuberância aprumada
da árvore ao fundo
quando acorda a cantar
e adormece com os pássaros
no outro lado do cais

quando desponta no deserto
esculpe grãos de areia com rosto
e se levanta nas dunas
contra o vento

Celebro os contornos da luz
as esquinas e os becos
no rasgo lúcido de um traço

quando se desnudam na tela
espaços em branco
mãos vertebradas por todo o corpo

frutos silvestres
folhas persistentes
a vasta sede


48 comentários:

Mateso disse...

Celebramos a dança perdida dos sonhos no esvoaçar caduco de uma folha de cada dia...


Lindo poema!
Bj.

Rogério G.V. Pereira disse...

Sem mais palavras
Celebro o (teu) poema

José Carlos Brandão disse...

Celebração da sede.

hfm disse...

"Celebro os contornos da luz
as esquinas e os becos
no rasgo lúcido de um traço"
destaco mas realça ainda mais em toda esta celebração.

Mel de Carvalho disse...

a celebrar infinitos, o seu poema.

belíssimo.

abraço daqui
Mel

trepadeira disse...

"...a exuberância aprumada da árvore...quando desponta no deserto...e se levanta nas dunas contra o vento...contornos da luz...".

Está lá tudo.

Um abraço,
mário

Virgínia do Carmo disse...

Haverá sempre palavras enquanto a poesia nos for esta persistência.

Um abraço, Eufrázio

AC disse...

Apesar de todas as contrariedades, ainda e sempre um hino (muito belo, por sinal) à vida.

Abraço

ana disse...

Mar Arável,
A árvore ao fundo está sempre ali à espera dos contornos suaves do lápis e das palavras gravadas em forma de poema! :)

Anónimo disse...

E eu também celebro o seu poema.Belíssimo!

Beijos

Flor de Jasmim disse...

Eufrázio
Celebramos a árvore que se levanta nas dunas, mesmo encontrando todas as contrariedades que virão.
Beijo

Justine disse...

Celebras muito bem!
(E depois, quando se está triste, há as árvores de folha caduca...)

mfc disse...

Celebremos a natureza... o nosso último espaço de liberdade!

jrd disse...

Celebra a árvore da vida, na vida da árvore.
Abraço

antonio ganhão disse...

Quando a sede é vasta só a poesia a consegue saciar.

Anónimo disse...

Com certeza, a árvore celebra junto - somos todos da mesma natureza - e, nesse momento, a palavra, a poesia, nos faz um.

utopia das palavras disse...

Respirar a vida nas palavras (tuas)!

abraço

Canto da Boca disse...

É incrível como a natureza é fêmea...

Maria Marluce disse...

A sede de palavras construindo e reconstruindo poemas. O teu comentário transformou-se, em parte,em verso final do meu novo poema. Agradeço e peço licença!

Sônia Brandão disse...

Celebrando a vida!

OceanoAzul.Sonhos disse...

Magnifica celebração, esta, à natureza e sua luz em nós.

Celebremos em suas palavras...

um abraço
oa.s

Fê blue bird disse...

Perfeito enlace entre a natureza e o amor.

beijinhos

Sensualidades disse...

lindo

Bjinhos
Paula

Manuel Veiga disse...

há árvores assim - que se aprumam. como Hino...

... e Poetas que as conhecem de cor.

admirável Poema.

abraço, meu amigo.

Lídia Borges disse...

Celebrar é o verbo aceso nos becos e contornos da alma do poeta.

L.B.

As formas, aqui, expressas ainda me surpreende...

Secreta disse...

Celebrar a vida... a cada dia.

São disse...

Que celebres sempre os contornos da luz e da alegria!

Um abraço

lino disse...

Felizmente já desapareceu a mensagem de blogue malicioso que andava por aqui há cerca de uma semana.
Abraço

Mar Arável disse...

LINO

Eu a prepara-me para a manif de sábado
sem me aperceber de um vírus em casa
Fui alertado
Agora só falta uma grande participação
contra os vírus
que nos desgovernam

Branca disse...

O poema é belíssimo, sempre a excelência e a arte de transpor mundos para a poesia e de nos deixar mensagens infinitas nas palavras e nas entrelinhas, que se leem e sentem em silêncio, muitas vezes incomentáveis.


Tenho andado desde o primeiro momento deste poema para passar por cá, vencida pelo cansaço distraí-me, ausentei-me, mas cheguei a tempo felizmente de não ver vírus maliciosos e dizer sim à "participação
contra os vírus
que nos desgovernam", o que também é poesia, na rua.

Beijos
Branca

R. disse...

Celebremos,sim, sob pena das sombras ofuscarem a luz.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e com contornos de luz celebrados se constroi um poema.

beij

Branca disse...

Não sei se conseguiu encontrar o meu comentário porque ontem à noite tudo que escrevia e publicava desaparecia a seguir.

Pois bem, aqui fica uma nova referência a este belíssimo poema, que só consegui sentir, mas difícilmente sei comentar porque todo ele é a celebração da vida que se diz mais num silêncio de palavras sentidas como as tuas, que lemos como quem reza.

Tenho andado tão distraída que não tive oportunidade de encontrar vírus, mas vou consigo combater os que nos desgovernam [No Porto na Praça da Batalha onde chegarão outros concelhos e na Praça dos Leões para os residentes, para um encontro final na Avenida da Liberdade - tudo nomes sugestivis, :)]

Beijos
Branca

blueangel disse...

A celebração deve estar sempre presente nas nossas vidas.
Celebrar o que de mais belo existe, para que a memória não nos falhe.
A celebração do Amor, a celebração da vida, a celebração das Estações, a celebração daquilo que é importante para nós.
Quem não celebra, morre prematuramente. Quem não celebra a Vida e em Vida, quem acha que nada existe para celebrar, definhou-se na não existência.

Um abraço

Blue

Licínia Quitério disse...

Essa vasta sede é o cais onde aportam os teus poemas. Acho eu :)

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e com contornos de luz celebrados se constroi um poema.

beij

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e com contornos de luz celebrados se constroi um poema.

beij

Branca disse...

Emendo: Avenida dos Aliados e não da Liberdade.
Pois, que nos aliemos todos.

Beijos

Licínia Quitério disse...

Essa vasta sede é o cais onde aportam os teus poemas. Acho eu :)

mundo azul disse...

____________________________________

Celebremos, então!

Gostei do seu poema...


Beijos de luz e o meu carinho!


____________________________

Mª João C.Martins disse...

Celebremos! Há sempre vida nas folhas persistentes.

Um abraço

Sara disse...

Celebremos, sim, porque ainda nos restam motivos. Que nos reste também a sabedoria para os reconhecer.
Um abraço.

Mar Arável disse...

Estou a receber comentários

por email
que não aparecem no blogue

Anda aqui coelho

Branca disse...

Pois, coisas esquisitas que acontecem e o Brancamar na noite de quarta desapareceu tal como já aconteceu com outro sítio, mas depois de me explicarem que por questões de segurança e de tentativas de manobras no meu sítio me bloquearam, mudei passes e em segundos tudo voltou ao normal. Também um amigo do Brasil me avisou que ao tentar entrar no meu blog não conseguiu e enviou-me por mail a cópia do aviso que recebeu, que referia um site que constava dos meus conteúdos e que de imediato eliminei e tudo normalizou, até porque estava inactivo. Ao abrir ontem o meu painel, o que não tenho feito, pasmei porque aparecia um blog que nunca me propus seguir, uma baralhação que anda no blogger, porque afinal outros se têm queixado, mas fica o aviso.
Agora descobri que sempre que entro numa caixa de comentários uma espécie de janela de pop up me bloqueia,se me esqueço de a desligar o comentário aparece publicado, aparece na caixa de correio do destinatário, mas desaparece daqui mal eu saio, se a desbloqueio então sim o comentário fica registado. Agora nunca me esqueço de a desbloquear e vou tratar do assunto e do coelho, :))

Beijos

Sara disse...

Celebremos, sim, porque ainda nos restam motivos. Que nos reste também a sabedoria para os reconhecer.
Um abraço.
(descobri o coelho :))

Nilson Barcelli disse...

O importante é celebrar...
Excelente poema, como sempre.
Bom domingo, abraço.

luis lourenço disse...

belo e inteiro.

abraço,

Véu de Maya

Rosario Ferreira Alves disse...

Hoje encontrei disponibilidade para percorrero seu blog com a atenção que merece...
Escolhi este poema para deixar o comentário, apenas porque é o que mais me prende pela beleza com celebra as árvores, símbolo de vida.

Gosto de todos...! Obrigada...

Rosário