Quando o sol projectou no chão
uma vara de sombras em movimento
para os barcos não se perderem
o natural ciclo das marés
tresmalhou a maturação dos frutos
agitou o latido dos cães
crucificou-nos a vida
mais que os sinos nos campanários
a rasgarem silêncios
e o teu corpo cansado
numa base de areias movediças
inventou uma ampulheta
para medir o tempo
e nós passámos a ser escravos
até um dia os barcos se perderem
no canto livre dos pássaros
37 comentários:
Já tinha pensado usar esta imagem num texto meu, :)oh well... não sei quando foi que nos tornamos escravos do tempo, desde sempre somos escravos das Estações e da luz solar... cada vez temos mais amos... o tempo, é apenas um deles, mas implacável, porque é finito. beijo
Parto daqui
contente
confiante
ciente
de que hei-de encontrar um barco
perdido
num canto livre de um pássaro
não sei se era isto o que o poeta queria que eu sentisse, mas foi este o sentimento provocado (aposto, ele irá dizer-me que não queria nada)
ROGÉRIO
Ainda bem meu amigo
que tens o sentido do voo
Abraço
no tempo ou no destempo de mim
um dia
roubo o voo das aves
e
vou com o latido dos cães
mais um poema muito bom..
beij
"inventou uma ampulheta para medir o tempo e nós passámos a ser escravos"
Grande verdade, meu caro.
Abraço
Eu quero continuar a acreditar que o tempo não existe e continuar no canto livre dos pássaros...
A passagem do tempo não me assusta....mas sim a paragem do mesmo.
Um abraço
Blue
Como diria meu irmão mais novo - 2012 está aí, vamos para a bagunça!
Acho que depois de 2012 nós descubramos outra data qualquer para colocar fim em tudo. ;)
E quiçá perdendo-se tenham por fim encontrado o que procuravam.
Um abraço.
Escravos de um tempo que tem tanto de incerto como um relógio avariado. Resta-nos o canto... livre!
L.B.
Gostei muito.
O tempo, sempre ele a marcar-nos e a conduzir-nos!
Abraço. :)
Será que o tempo é mesmo essa areia movediça, no/na qual nos debatemos e somos sempre tragados por ela/ele?
Perder-se para se libertar...
E fica sempre a esperança de vivermos esse canto livre dos pássaros, que por vezes esvoaçam em alguns dos nossos dias à espera que aprendamos a voar...
Beijos
Branca
Necessário perder-se
para poder se encontrar...
Abraço, poeta!
O canto livre dos pássaros além da medida do tempo.
Voemos, na palavra, naveguemos nestes mares em embarcações naufragadas mas o canto dos pássaros, esse canto onde as almas se encontram, permanecerá, para sempre em nós.
Sempre bom ler a sua poesia.
um abraço
oa.s
até para sermos escravos de kronos é necessário a consciência, caso contrário apenas somos escravos da corrente que aguilhoa ...
meu amigo, sabe de quanto gosto de o ler.
abraço daqui
Mel
tomara que os barcos se percam.
um abraço. grato.
Um dia todos se perdem no canto livre dos pássaros.
Beijo
Escravos do tempo...sem dúvida! Mas o tempo...não tira as asas do poeta,:)Lindo.
Abraço amigo e bom fim de semana.
Voo co(n)m... sentido!
Abraço
Quicas
como sempre
magnifico
Bjinhos
Paula
"até um dia" sempre me assustou.
o inevitável sempre me assustou.
Que a Paz e o Amor estejam sempre presente em sua vida Sinta o que você diz...
Com carinho! Diz o que você pensa. Com esperança! Pense no que você faz.
com fé! Faça o que você deve fazer. Com muito AMOR. Sabe..
Eu ganho força,coragem e confiança E me sinto Feliz Através de cada mensagem que
VOCÊ me envia Continue me abençoando com seu carinho OBRIGADA DE CORAÇÃO
Beijinhos com muito carinho.
Evanir
Poesia Pura! Lindíssima! Vasculhou lá no fundo! Bj
Gostei muito do seu blog...
permita-me seguir!
Magna Vanuza do Blog Flor de Poeta!
Escravos do tempo sim!!! Mas recuso-me a não acreditar que existe o canto livre dos pássaros. Um relógio mesmo parado consegue estar certo duas vezes no dia.
Beijo bfs
e o canto dos pássaros adormeceram os barcos.
Não nos bastava todo esse tempo que passa por nós como ainda por cima lhe inventaram uma medida para que o possamos sentir a passar mais depressa.
eu li, Mar!
li-te milhentas vezes!
só me ocorre deixar-te um abraço, um abraço de tanto.
Que esse dia chegue depressa!
Muito belo, este poema de raiva e esperança!
um dia os barcos serão caravelas. na bela aventura da Vida.
abraços, meu caro Poeta
Às vezes voar compensa.
Um abraço, Eufrázio.
[Belo - sempre.]
Ao invés dos barcos, cada vez mais nos tornamos reféns dos nossos medos. O tempo é um deles.
O dia há-de chegar. E nós, pássaros, cantaremos.
Abraço amigo.
Uma escravidão da qual não nos conseguimos libertar!
Beijito.
...tempos de tempos, onde nos falta tempo ...para o apreender e sonhar...
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