(publicado 2008 "que fizeste das nossas flores"
Nem todos os jacarandás
rebentaram em Maio
mas tu cumpriste
o ritmo das estações
contra o tempo que faz
Vestiste-te de púrpura
com cheiro a hortelã
sentaste-te no meu silêncio preferido
dedos esguios em flor a crescerem
nas teclas do piano
Nem todos os jacarandás
rebentaram em Maio
porque não existem horas para amar
porque é possível pintar
uma flor com a boca
na tua boca
e ficar assim
eternamente a respirar
40 comentários:
Numa data em que o novelo da memória me deu uma ponta para por ela puxar, interrompo isso com agrado para ler o seu escrever (também com data passada).
Soberbamente belo!
«Nem todos os jacarandás
rebentaram em Maio
porque não existem horas para amar»
Todas as horas são boas para se amar.
Parabéns Mar Arável.
Bjito amigo.
São mais floridas as bocas em Maio
e não só o sol e o ré brotam dos pianos
com cheiro de jacarandá.
O Eufrázio escreve bem em qualquer mês.
Caro Eufrázio
Só um poeta consegue trocar as palavras de forma as recolocar no sítio certo.
Só um poeta consegue vestir alguem de púrpura a cheirar a hortelã. Só um poeta consegue dizer que "não existem horas para amar".
Quanto mais coisas consegue um poeta dizer? Quantas mais coisas precisamos nós de ouvir?
Abraço
É sempre tempo para amar... de verdade!
É no silêncio que conseguimos ouvir o coração e a melodia que ele nos toca. Talvez com cheiro de hortelã, talvez com as flores do jacarandá...
Poemas assim, são rebentos de Jacarandá!
E...
sem folgo fiquei.
:)) poucos "cantam" tão bem o amor como tu.
E sendo assim, amamos o tempo todo... pois o AMOR é quem nos faz respirar.
Teu espaço é simplesmente delicado e encantador.
Abraços
Eufrázio,
falar-lhe do quanto admiro a sua poesia já é redundante. Digo-lhe, ainda assim, que é, seguramente, da mais límpida que leio. Da mais bela. E que lhe sou (tão) grata nesta partilha.
Abraço, meu amigo
Mel
Acho que nunca li algo tão lindo.
"Nem todos os jacarandás
rebentaram em Maio
porque não existem horas para amar"
E não existe mesmo...
Beijos
Eufrázio
"Porque não existem horas para amar". Belissimas palavras.
Ama-se apenas porque se ama
não existe uma razão para amar
quando se ama tudo faz mais sentido
é o amor que ainda me faz respirar.
Beijo
Ah! Poeta-jardineiro apaixonado...
Abraço
Algo aí é tão nobre quanto o jacarandá.
Florido ou não.
Eu acredito que é possível.
Um abraço, Eufrázio
Mar Aravel,
Venho responder ao seu comentario na minha janela:
Pois, e este [poema de Anacreonte]foi me dado por acaso,
depois do acaso vou liberta-lo. :)
Cheguei aqui e nao ´´e o acaso que solta as palavras, nem foi por acaso que aqui cheguei, esse acaso ja foi ha muito tempo, felizmente, porque ´´e uma maravilha apreciar as suas flores.
Abraço!
Não há dias nem meses para cantar o amor. Lindíssimo poema!Um hino que vale a pena reler, reler, reler...
Beijinhos
Bem-hajas!
"Nem todos os jacarandás
rebentaram em Maio", mas rebentaram todos aqui neste belo poema...
Um beiojo, amigo.
pois, tem razão o poeta, não há tempo para amar.
um poema transbordante de ternura e talento.
um beij
Respirações que mutuamente se alimentam, rodeadas de púrpura e hortelã, só podem ser respirações felizes.
(Obrigada pela confidência. Sou incondicional do DMF e percebo a eventual afinidade que teve a fortuna de partilhar).
Não há um tempo certo para a floração do amor.
Sempre uma forma muito própria na palavra expressa.
Um beijo
Gostei do poema: bem escrito como habitualmente;
Gostei da vinda dos jacarandás à liça por serem exuberantes, alegres:
Gostei da entrega, do respirar, do beijo e da sua ilustração.
Bela edição.
Um abraço
"e ficar assim etermamente a respirar"
que poema lindo!
Da forma mais honesta possível, deixe-me dizer-lhe que há muito não lia um poema que me tocasse tanto.
Belo, puro, inspirador e apaixonante.
Genial !
Obrigado por este momento sublime.
Perfumado poema, em cor lilás.
Magnifico!
oa.s
De fato, maio passou de forma estranha, nem mesmo suas flores floresceram. Tanta coisa se ausentou de maio. Será que eu também o fiz sem perceber. É junho e as flores estão lá no vaso. rs
Gostei daqui.
bacio
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...que belo poema! Li-o algumas vezes...
Beijos de luz e o meu carinho!!!
Zélia (Mundo Azul)
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Sigo toda essa beleza e (per)sigo-te desde já!
Abraços Poéticos!
Nossa que blog mais lindo! E cada post! Gostei demais! Já te sigo com alegria.
Quando puderes, visites o meu blog de Poesias. Se gostar e quiser me seguir, fique à vontade. Vou gostar de ter seus coments. Hiper abraço iluminado,
João, poeta.
www.ludugero.blogspot.com
Até mais!
Um poema muito belo. Parabéns. :)
Passei pelo seu jardim da vida, onde não há horas para amar,belo poema, como sempre.
um beijo
Não existir hora para amar é q faz dele o melhor dos momentos.
beijos!
Mariz
eu apenas sei respirar poemas de amor
sobram-me as palavras e os jacarandás estão em flor
um abraço
manuela
Lindo!
(Eu gosto de pintar flores...)
Excelente poema.
"Nem todos os jacarandás
rebentaram em Maio
porque não existem horas para amar"
Sublime. Gostei muito.
Caro amigo, tem um bom fim de semana.
Abraço.
Sempre bela esta (eterna e envolvente) poesia!
Abraço
Quantos roseirais se pintam com as palavras dos amantes e, assim, se fazem, também poema.
Um abraço
Uma pena que nem todo tempo seja Maio, que nem todo tempo seja de amor, de amar, embora toda a gente necessite e no fundo, fundo, quem não tem ou não vive isso, gostaria de ter e de viver...
(Algumas vezes eu não tenho vontade de nada dizer, para não macular o seu poema, de tão lindo e inesgotável em sentimentos, que são!)
"E ficar assim
eternamente a respirar"
e perante tanta subtileza e beleza eu não digo mais...apenas, amei!
Maria Luísa Adães
Lindo!
Estava apaixonado!
Ela devia ser muito meiga e terna!
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