domingo, 20 de fevereiro de 2011

AS CORES DA TEMPESTADE




Na ausencia de cores no jardim
insistes em chegar
com incendios ininteligiveis
nas asas
para eternizar as breves madrugadas

Que mais poderia fazer
senão abrir as janelas
para te receber quase ninfa
fustigada de sinais
com as marcas do vento
o aroma das maresias
fugidia
mensageira de primaveras

Reconheci-te pelo trinado
desgrenhada
em fuga
nas pautas

esquecida que já tinhamos adormecido
num abraço de limos

Chegaste imprevista
a preto e branco

mas hoje não sei porquê
acordámos no alpendre
a exortar
as cores da tempestade

42 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Poeta,
Fico então avisado
amanhã, quando a tempestade chegar,
que não terei que ficar admirado
com as cores que ostentar

OutrosEncantos disse...

entrei silenciosa para te dizer bom dia. perdi-me a ler o teu poema tão pleno de tanto sentimento. todas as palavras que poderiam ser ditas as usaste tu, como sempre...
acabei, sentada neste chão, ouvindo deliciada o declamar dos teus poemas...
obrigada, foi um momento muito bom.
beijo.

lino disse...

Belíssimo, como sempre.
Abraço

Unknown disse...

Que ela sempre assim venha! Abraço.

Licínia Quitério disse...

Que chegasses, que chegasses, que não parasses de chegar...

Flor de Jasmim disse...

Eufrázio
Londo este poema envolvente e profundo. Belo de ler nesta tarde de Domingo tão cinzento.
Beijo

Torquato da Luz disse...

Muito bom (como é costume...).

Abraço.

José Carlos Brandão disse...

A tempestade,
à beira do abismo,
embra o limo
primordial.

Sandra Subtil disse...

Intenso...
Com cheiro a terra molhada.

mfc disse...

Um sonho traduzido em poema...!

antonio ganhão disse...

O amanhã ergue-se ocasionalmente sobre cores de fogo.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Poeta

E eu em silêncio cheguei...e vou, para não acordar os pássaros e levo a tempestade.

Beijo
Sonhadora

ana disse...

As ausências são perturbadoras.
Que a paleta de cores invada o seu jardim.
Abraço!

Rosario Ferreira Alves disse...

:))) Lindo! Adorei...

Beijo

A. disse...

Voltam sempre a quem as espera!... como brisas saídas do movimento das asas das borboletas!... Mas as asas são mais fortes, o mar imenso e a costa um recorte na periferia do olhar da memória!...




Bom semana





Abraço

Anónimo disse...

e quando assim chega, imprevista, é quando nos sabe melhor... um beijinho, eufrázio*

marlene edir severino disse...

Tua "fugidia mensageira de primaveras" bateu suas asas por aqui...

Belo poema!

Um abraço,

marlene

José Leite disse...

A surpresa é também um convite aos mistério e ao amplexo sempre desejado...

Secreta disse...

A tempestade também pode ser graciosa.
Beijito.

hfm disse...

As cores. Todas as cores.

Anónimo disse...

MUITO BOM (como sempre)... ao que leio em ti.

Excelente momento de poesia ( a tua poesia declamada)!

Beijos.

JB disse...

A cores ou a preto e branco... quem não abriria as janelas para receber primaveras assim...

Produndamente eterno o seu poema!

Beijinho

manuela baptista disse...

então hoje

também eu não sei porquê,

é aqui no alpendre, que oiço as vozes da tempestade

um abraço

manuela

Mel de Carvalho disse...

Lê-lo, uma e repetidas vezes, pausadamente - o senhor é, como tantas vezes lho referi, dos poetas que mais admiro.

Bem-haja, Eufrázio.
Enorme a sua alma, o seu talento.
Privilégio ENORME, o meu, contar com a sua amizade.

Abraço
Mel

jrd disse...

Ha tempestades que que florescem nos jardins.

Anónimo disse...

As cores da tempestade já trazem um perfume de Primavera, como está bem patente neste seu belo poema.

Graça Pires disse...

"Reconheci-te pelo trinado
desgrenhada
em fuga
nas pautas"
Reconheci-te porque chegaste para ficar...
Um belo poema!
Beijos.

Mª João C.Martins disse...

Há sempre um poema a dar cor à paisagem, quando se abrem as janelas e é fogo o que julgávamos ser apenas cinza.

Um abraço, Eufrázio,

a minha gratidão e admiração sincera!

Fá menor disse...

Atrás de tempo, tempo vem.
Por vezes são precisas as cores da tempestade para que um arco-íris sorria.

Anónimo disse...

Olá!!

Passando para conhecer e seguindo!!

Abs,

Daniele Barizon
www.neointerativo.com

Zélia Nicolodi disse...

______________________________


...voltas, voltas... As voltas jamais trarão o encanto das primeiras idas.

Lindíssimo o seu poema! É um prazer enorme ler os seus versos...

Beijos de luz e o meu carinho!

_____________________________

Sensualidades disse...

adorei

Bjinhos
Paula

tb disse...

Reconhece-se pelas cores mil a poesia das palavras sentires.
Um abraço

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

as cores do poema, as palavras sempre certas.

a tempestade que faz poema com o talento do Poeta.

beij

Sara disse...

A transição do "preto e branco" para uma paleta de cores é sempre desejável, mesmo (ou sobretudo) se perante uma tempestade.
Um abraço.

Anónimo disse...

Um hino à liberdade e à busca de uma outra organização política da sociedade.

Estarei a pensar bem quando julgo estar subjacente a este texto as convulsões no Magreb, o derrube de ditaduras?

Um abraço

Manuel Veiga disse...

que mais poderias, Poeta, que não fosse incendiar as asas "dos incêndios ininteligiveis"?!...

belo poema. como é timbre teu.

abraços

samuel disse...

Cores que, pelos vistos, responderam à chamada...

Abraço.

Gabriela Rocha Martins disse...

mais um excelente poema com uma excelente chancela


.
um beijo

Laura Ferreira disse...

Belas cores, estas!

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Belíssimo poema!!! Quase pude sentir os cheiros dos ventos, ouvir os trinados, e ver as cores de maresias e asas e tempestades! Deixo cá meus abraços alados azuis.

Branca disse...

A Maria João sabe dizer tão bem o que eu gostaria de dizer...mas que neste momento só sei sentir.
Poesia como esta deixa-me em contemplação e é um silêncio preenchido que me fica suspenso das palavras...

Obrigada por momento tão belo!

Beijos
Branca