quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

FORMOSA DUNA



Exausta
a formosa duna
movia o corpo para o mar
quando em desassossego
se libertou do vento
num grão de areia

rasgaram-se portas e janelas
mas a duna permaneceu vertebrada

talvez porque vagarosos
desertos sibilinos
ainda habitam os quadros nas paredes

exalam perfumes insofridos
por toda a casa

32 comentários:

Maria disse...

Há dunas que não resistem às marés vivas. Mesmo as vertebradas. Mas resistir é preciso!

Cristina Fernandes disse...

Um deserto cheio de mistérios... sons e tons.
Um abraço
Chris

hfm disse...

Quando na duna assentam as palavras e a poesia.

Teresa Durães disse...

gosto desse movimento do corpo paa o mar

Paula Raposo disse...

Bonitas as memórias. Lindo o poema. Beijos.

Maria Poesia disse...

Encantador, como a poeira que leva a areia cem cegar... Bom ano cheio de versos verdejantes!

Lacrima D'Oro

© Maria Manuel disse...

apesar de tudo, a duna corpo resistente. bom ano, inspirador e pleno de paz.

abraço.

lino disse...

Há dunas bem mais vertebradas do que aqueles que teimam em destruí-las.
Abraço

Branca disse...

Belíssimos desertos que perfumam toda a casa!
Versos e imagem que me deixaram presa no momento vivido.
Beijos
Branca

jrd disse...

Virtuais, as dunas resistem.

Maria P. disse...

Desassossego agradável ler estas palavras...

Beijinho*

Unknown disse...

Volúvel, aguardará a melhor oportunidade para continuar sua caminhada...

Belo poema.

Saudações

maré disse...

esse chamamento lírico...

voz de memória que se deita e adormece connosco no arrepio da pele.

vertebradas são as paredes da casa
a suster a permanência de antigas imagens.


______ um beijo Eufrázio

Madalena disse...

sinto o perfume

beijinho e ÓPTIMO ano :)) *

poio humano disse...

que lindo poema

Ana Camarra disse...

Não fossem as Dunas assim teimosas...

oasis dossonhos disse...

A notícia que hoje partilho foi enviada pela Direcção da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura; Recreio e Desporto, que começa por se afirmar "surpreendida pela iniciativa de dois dos seus dirigentes - José Carneiro - Presidente do Conselho Fiscal e Fernando Vaz - Membro do Conselho Nacional que, às 18,00 do dia 5 de Janeiro de 2010, iniciaram uma GREVE DE FOME frente à Assembleia da República, ao cimo da Avenida D. Carlos I".

Mais adiante, revela-se que "Estes dois colegas, dirigentes de longa data, exigem do Governo a definição e aplicação da Lei 34/2003 de 22 de Agosto; a resposta à proposta de apoio ao Movimento Associativo 2009/2012; a participação da Confederação no CES - Conselho Económico e Social, no CND - Conselho Nacional do Desporto, no CNPV - Conselho Nacional de Promoção do Voluntariado e exigem da Assembleia da República o agendamento e a discussão das propostas de lei apresentadas pela Confederação às quais, alguns partidos ainda não se dignaram, tão pouco, acusar recepção".

Diz-se ainda naquela informação que tal situação não poderá manter-se por tempo indefinido, carecendo de resposta e medidas imediatas por parte das entidades competentes, "pelo que a Confederação apela que no mais curto espaço de tempo seja recebida e sejam dadas as garantias que o Movimento Associativo Popular, composto por mais de 17.000 Colectividades, 260.000 Dirigentes Voluntários e Benévolos e cerca de três milhões de associados, sejam ouvidas e tidas em conta as suas opiniões e reivindicações".

A finalizar "A Confederação solidariza-se com os seus colegas Dirigentes, responsabiliza as entidades que não correspondam a este apelo desesperado, mas justo e consciente dos nossos colegas e apela a todos os associativistas, a todos os voluntários e estruturas locais, regionais e nacionais que se solidarizem com os nossos colegas, apoiando-os no local e enviando apelos aos Órgãos de Poder político, nomeadamente ao Governo, à Assembleia da República e ao Presidente da República."

Esta notícia foi enviada ontem. A sede da CPCCRD situa-se na Rua da Palma, 248, em Lisboa e podem saber mais em:

www.confederacaodascolectividades.com

www.museudascolectividades.com

Unknown disse...

...e assim permanece, mudando, imutavelmente...
Saudades das dunas de Cabo Frio.
Bjssssss e um ótimo 2010 margeado por poesias !!
Si

Graça Pires disse...

As dunas: tão íntimas do vento e do mar...
Um beijo.

Justine disse...

Até as dunas podem resistir ao vento mais forte.Emagrecidas, mas resistem!

samuel disse...

Há "dunas" que provocam textos assim...
Ainda bem!

Abraço.

Anónimo disse...

tem imagens muito belas este poema, o vento na areia, a dor no perfume, gostei muito... um beijo*

Virgínia do Carmo disse...

Também me habitam desertos ...

por dentro...

Beijos

Anónimo disse...

Tantas vezes pensamos em mudar nosso próprio mundo. E tantas outras conseguimos somente ver à nossa volta aquilo que nos prende ao chão.

Beijinhos

Manuel Veiga disse...

há sempre um grão de areia que se liberta da ossificação das dunas. assim o vento seja de feição...

belíssimo.

abraço, Poeta!

mfc disse...

Gostei desta imagem ondulantemente feminina da duna!

Arábica disse...

Haverá em todos os homens
que desabitam os quartos
a fome de um deserto sibilino?

Abraço, neste pó de tempo, Eufrázio.

Dia disse...

Gostei muito deste poema e dos restantes.
Talvez um dia eu consiga escrever tão bem e a construir o meu blogue
Bom ano

São disse...

O deserto e o silêncio são almas gémeas...

Adorei.

Bom domingo.

Desculpa o atrevimento, mas gostaria de ter a tua permissão para o publicar lá em casa. Desde já, grata.

Barbara disse...

Bonito e muito bonito!
Usastes uma figura que me levou a imaginar uma duna-serpente e em aromas a dançar dentro de um pedaço de mim antes de ser paisagem.
Fez-me bem.

Licínia Quitério disse...

E chegará o dia em que o grão de pó dará o voo à duna.

Anónimo disse...

E tanto se moveu...
que
quase desapareceu.
Mas
aquele grão de areia
continua
para cá do azul
em cada deserto
a "habitar" paredes
a "exalar" perfume
por toda a casa!!!

princesa