Deixámos um rasto
fluorescente no escuro
para as aves se guiarem
Quase indecifráveis
marulhámos sussurros
sem preocupações de chamar
grandes nomes às coisas
No princípio éramos assim
polidos como seixos
tão perfeitos
que ainda hoje temos o rosto
esculpido na água
Com a noção clara das noites
brincávamos com as sombras
desenhávamos garatujas
em todos os mastros
soprávamos o vento
Quando demos mais um passo
para ultrapassar o tempo
obsessivos pela lonjura
recolhemos a outra dimensão
dos teus cabelos brancos
à solta
por entre os dedos
37 comentários:
Eu quero guardar do vento
alguns cabelos brancos
que me lembrem os trigos
que colhi
e a lua que agora me adormece.
Eu quero guardar do mar
a vela que resiste.
Quero ser uma casca de noz
esculpida num seixo.
Que alguém guardará.
Inspiras-te-me :)
Obrigada.
Um abraço.
Tão bonito... é só o que consigo dizer...
Beijos
Eu seria capaz de ler mil vezes e amar todas as vezes que lesse. :)
Amei!
bjs
é tão bom deixarmos as palavras escorrerem em gestos de cumplicidade
Lindo poema.
Os segredos dos dedos numa longa "viagem" a dois.
Um abraço amigo para ti poeta.
Sempre, sempre o tempo-
... quando damos mais um passo
para ultrapassar o tempo
... verificamos a dificuldade
que o tempo nos impõe
e os homens(certa canalha)
estabelecem..............
Ab.- EL:-
Absorvo cada verso com deslumbramento!
SUBLIME!
Beijo.
E a tarde mergulhando no mar e os deuses recolhendo ao crepúsculo...
Experimente:
http://movimentodaspalavrasarmadas.blogspot.com/
hoje só sei dizer:
tão belo....mas tão belo....
.
e fico nesta lonjura do perto.
beijo. muito amigo.
.piano.
A outra dimensão do Belo, a eternidade!
Beijo
tão sereno esse vento nos cabelos brancos!
tão belo este rasto!
um beijo.
A qualidade poética de sempre, o bom-gosto habitual, o prazer re-encontrado de te ler.
É bom voltar.
O tempo. Inexorável no embranquecimento. Dos cabelos e das memórias. Poeticamente dito. E bem.
o tempo esbranquiçou o meu cabelo,
deu-me saber, saudade, deu-me ternura...
tempo que também me deu loucura
e a quem estendo os dedos para que possa tê-lo
muito bonitas as tuas palavras (é o que sinto sempre que as leio)
um beijo
luísa
Sempre muito bom.
Um prazer vir por aqui
:))
... um poema feito de intimidade, cumplicidades! Sereno!
Adorei o contraste da simbólica das imagens!
Um beijo,
Obrigado pela visita, comentário e o link no blog. Já retribuí juntando o Mar Arável no blogroll. Uma boa semana com sorrisos e ...poesia :)
O mar desdobra - também - a sua cabeleira branca e perdemo-nos na espuma.
Belo de sentir, o afecto.
Viver é isso. Onda.
Abç
e à solta, por entre os olhos, ficam estas belas palavras... obrigada e um beijo.
Belo poema. Espaço simpático. Adorei o teu comentário. Obrigado. Tudo de bom.
Calma. Tranquilidade. É o que encontro aqui.
Gostei de te ler neste inclemente tempo! Beijos.
o tempo jovem passa e vem outro tempo de horizontes mais próximos do fim da viagem.
é lindo Eufrázio
lindo!
um passo só
e nos meus cabelos longos
sinto dedos esculpidos de água
______
um beijo, de algas
Excelente. Belo e profundo...
abraço,
Véu de Maya
belíssimo!!
tão leve.
um beijo
grande. Poeta.
"No princípio éramos assim
polidos como seixos
tão perfeitos
que ainda hoje temos o rosto
esculpido na água"
Só posso dizer que é muito belo.
Um abraço.
Que coisa bonita!
Abraço.
dedos entrelaçados. na lonjura dos cabelos brancos. polvilhados de vento. livre...
belíssimo poema. delicado e terno.
forte abraço, Poeta.
Um poema que se reporta a um sentimento que " ultrapassa o próprio tempo"...
Difícil imaginar um pensamento mais belo...
Muito prazer em conhecer o seu espaço.
Muitos parabéns pelo mesmo.
Por vezes, depois de ler os teus poemas, basta só admirar-te, no silêncio do não comentário.
Um beijo meu
Minha doce Mar Arável
este é o encurtar da lonjura.
Bem-haja e até amanhã.
essa serenidade do ser na condição natural das coisas, essa leveza do tempo que flui «por entre os dedos»...
um poema de enorme beleza.
parabéns!
com as mãos se tecem e des tecem ternuras
"pintadas"
num outro poema onde mergulho inteira
e
saio
deixanto.te
.
um beijo
Já li
assimilei
à minha maneira
gostei
muito!
O sentimento
quando é puro
é
intemporal!....
Abraço
princesa
leio e
não me apetece comentar
.
um beijo
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