sábado, 9 de fevereiro de 2008

QUE FIZESTE DAS NOSSAS FLORES?

Mário Nagamura






As árvores viajam

na sombra do verde

um sussurro de folhas

e tu foges dos ramos



amanheces tão distante

que nem os meus olhos

descobrem os teus gestos



As árvores viajam

onde acontece a cor do fruto

no chão

e os pássaros sem amos

deixam que a sombra

se rebente



Meu povo

que fizeste das nossas flores?






22 comentários:

Maria disse...

Arrepiei-me.....
Beijo

jrd disse...

Em breve o povo vai recuperar por uns dias o perfume e o simbolismo das flores, da flor, quanto mais não seja para não dizerem que, ele povo, não falou delas.

Gi disse...

Não li tudo o que publicaste mas atrevo-me a dizer que, dos que li, este é um dos mais belos poemas que aqui deixaste. Não sei das flores mas sei que esta paisagem que pintas com as palavras é um mar arável, onde sabe bem navegar.

Um beijo , bom domingo

São disse...

Com angústia , pergunto: Que fizeram dos nossos sonhos ?!

Se puderes passar por lá, agradeço-te.

Bom domingo!

Gabriela Rocha Martins disse...

moribundas
esperam
novos
regadores

.
redondos

.
um beijo

Maria Laura disse...

Murcharam, as nossas flores?
Belo, belíssimo poema.

Maria P. disse...

Magníficas palavras.
Esperam um renascer...

Divinius disse...

GOSTEI DE LER MUITO BONITO:)
A LUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA:)

isabel mendes ferreira disse...

matei.as.


responde o povo.


:(


_________________.


belo
triste.


porém de frutos.




beijo.

Bloga Comigo disse...

Não há flores, não há sonhos, nem esperança.

Bjos

un dress disse...

nem no povo acredito.

o que é o povo?


mas nas flores sim.

sei o que são.




.beijO

Donagata disse...

Belíssimos estes dois poemas. Palavras que se saboreiam e não querem soltar-se dos lábios.

bettips disse...

Muitos de nós
felizmente
passámo-las aos filhos.
Orgulhosamente.
Abrçs

Carla disse...

...estão as flores nas nossas mãos, sente-se o seu aroma no nosso olhar

Luís Galego disse...

Meu povo
que fizeste das nossas flores?

definitivamente este é o blog do ano e o resto são tretas; a sensibilidade aqui escorre por entre os monitores...

Graça Pires disse...

Plantá-las-emos de novo...

Manuel Veiga disse...

o povo anda (pre)ocupado com o pão!

mas há flores que germinam. como semente de palavras belas.

abraço.

Anónimo disse...

sem árvores
sem sombra
sem frutos
sem flores
sem estrelas...
...
prossigamos...
...
à procura do nosso povo!...
...da renovação...das novas flores...
princesa

Mateso disse...

De todos que te tenho lido,este é para mim , o mais belo de todos.
A minha vénia, pois.
Bj.

Anónimo disse...

Percebo que seu versejar está repleto de verde, das árvores que vão encontrando o fim pelas mãos incansáveis de destruir que muitos homens trazem.
O poema anterior, de puro amor pelas árvores e agora este, tão belo, formam uma única canção de amor e alerta.
Lindo, lindo o poema e lindo o intuito do poeta.
Parabéns!

beijos

BIA disse...

As flores estão guardadas, protegidas pela nossa Revolta à porta da nossa casa!...

Um dia destes, soltam-se, desamarram-se...Ai de nós que o mar das suas pétalas se avermelha...

Abraço-te de peito aberto

BIA

pin gente disse...

espalhei-as aos sete ventos para que todos as vejam e sintam seu aroma
soltei-as das nossas mãos para que se sintam leves e livres como pássaros
as suas pétalas serão asas, os seus botões bicos e o seu pé servirá para camainhar
repara como estão mais belas e felizes a voar no céu azul
ouvi o seu cantar de liberdade sabendo que não têm mais dono e
não são de ninguém





abraço
luísa