foto de ana limp
Chegámos a este ponto . , - a este rio,a este riso com duas margens,
a esta floresta de silencios impenetráveis para os olhos,a este palco de palavras,
sonos e sonhos.
O dia é aqui o que menos importa,por isso digo apenas - chove como
um rio nas bocas abertas,nos olhos molhados.
As pessoas no subúrbio,correm,passam,trespassam,desandam de si,
consigo e do tempo que faz.
Chegámos a este ponto ., - a este rio com duas margens e uma ponte.
Aponte.A ponte.
Debruçadas - as pessoas - todas a olhar,apenas a olhar,no espelho do rio,
este riso com duas margens - só para se verem projetadas no insólito,
só para verem - gravatas tristes no tronco cinzento dos eucaliptos.
- É urgente acordar.
- Acordámos?
- Que dia é hoje?
- Pára-me esse motor,já me basta o ritmo das estações,o resto das unhas
roídas,espalhadas na mesa - e o empregado à espera - à espera porquê? -
de uma nesga de sol que lhe afague a bandeja de migalhas.
- Mas esta lágrima é sua ou fui eu que a inventei?
- Cinco euros para te retirares.
- E a lágrima?
- Paguei para te calares.
-Estava no chão,senhora.
- Morre,eu paguei.
CAI O PANO
NÃO EXISTE PANO
O TEMPO PASSA
Chegámos a este ponto . , - a este rio,a este riso com duas margens,
a esta floresta de silencios impenetráveis para os olhos,a este palco de palavras,
sonos e sonhos.
O dia é aqui o que menos importa,por isso digo apenas - chove como
um rio nas bocas abertas,nos olhos molhados.
As pessoas no subúrbio,correm,passam,trespassam,desandam de si,
consigo e do tempo que faz.
Chegámos a este ponto ., - a este rio com duas margens e uma ponte.
Aponte.A ponte.
Debruçadas - as pessoas - todas a olhar,apenas a olhar,no espelho do rio,
este riso com duas margens - só para se verem projetadas no insólito,
só para verem - gravatas tristes no tronco cinzento dos eucaliptos.
- É urgente acordar.
- Acordámos?
- Que dia é hoje?
- Pára-me esse motor,já me basta o ritmo das estações,o resto das unhas
roídas,espalhadas na mesa - e o empregado à espera - à espera porquê? -
de uma nesga de sol que lhe afague a bandeja de migalhas.
- Mas esta lágrima é sua ou fui eu que a inventei?
- Cinco euros para te retirares.
- E a lágrima?
- Paguei para te calares.
-Estava no chão,senhora.
- Morre,eu paguei.
CAI O PANO
NÃO EXISTE PANO
O TEMPO PASSA
15 comentários:
É urgente acordar.
Cada vez mais urgente...
Um rio com duas margens e uma ponte. Um rio de coragem. Uma ponte solidária. Um abraço.
Um belíssimo texto em que há duas margens, um rio e uma ponte!
Um díálogo imaginário entre o sentimento e a lágrima...
Os aplausos ouvem- se... antes da cortina se fechar!
Beijo
E o tempo volta.
Gostei!
Beijinho*
É isto a nossa vida.
Pontes imaginárias.
Rios impossíveis.
Vidas - e mortes - compradas.
Tudo a prazo.
Tudo a perecer.
Um imenso cheiro a esgoto.
E um labirinto de cipestres.
Diferente este, respira-se a insatisfação, a amargura e o humor corrosivo que passa por vezes nas prosas, mas há também a luz que está presente na maior parte dos outros poemas...embora eu só há pouco tenha começado a ler este mar!
~CC~
hoje perdi-me no meio ds tuas palavras tanto o gostei delas.
caíu o pano
um beijinho
às vezes pergunto apenas
como chegámos a ser: assim...
beijO
E as margens feitas lábios na boca de cena do rio das palavras.
Muito bom.
Abraço
"desandam de si"....
_____________
gostei.
como n�o?
bom dia.
BELO
( belíssimo )
e
IRREPETÍVEL
.
.
um beijo
Nas margens da tragi-comédia andamos. Só o rio sabe...
Belo!
Uma ponte para a nossa margem...
Beijo
gosto, mar arável, gosto.
Romeiro:
Tu que ajudas quem contigo se cruza
nesta "floresta" de ausências
onde os "sonos" transtornados se acalentam de pesadelos...
Tu que assistes a este "vai-vem" sem ritmo
onde pessoas "debruçadas", ao espreitarem o rio sem "espelho", se deparam com o "insólito"...
Tu que reconheces fragilidades em "bocas" ávidas de pão e de afecto banhadas por gotículas salgadas...
Secarás todas as lágrimas que caírem na tua aguarela azul!
princesa
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