quinta-feira, 10 de setembro de 2020

A CADEIRA VAZIA

 





Em cardume
nos olhos dos peixes
lá estavam os pescadores

Na véspera dos relâmpagos
e outros afectos
dulcíssimos corações
clareavam as noites
e nós só podíamos fazer
o que fizemos

sentámos à mesa os ausentes
levitámos em voz alta
o sussurro das marés
recolhemos estrêlas
no chão das águas

celebrámos a cadeira vazia


eufrázio filipe

poesia



12 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Fascinante de ver e ler, poeticamente falando
.
Saudações poéticas

Janita disse...

Gostei, sobretudo, da ideia de sentar os ausentes à mesa e celebrar
a(s) cadeira(s) vazia(s).

Um abraço, Poeta, seja bem regressado.

Sandra Louçano disse...

Belíssimo poema e belíssima homenagem aos artesãos da pesca sepultados no mar 🙌
Fica um beijinho com estima e amizade 🌹

Rogério G.V. Pereira disse...

Não me fales em cadeira vazia

Tenho uma cá em casa
o que me dá tanta mágoa

Cidália Ferreira disse...

Muito bonito!! :))
-
Será o destino mais forte do que o pensamento
.
Beijos, e um excelente fim de semana. :)

MARILENE disse...

Maravilha, Eufrázio! Os ausentes nem precisam de cadeiras para marcar presença, mas sua colocação poética me encantou.

Rosa dos Ventos disse...

Comovente!
Quem não tem cadeiras vazias ao seu lado?

Abraço

lis disse...

_ o peixe, homem, a vida e a morte.
Tão real, tão próximo, tão sentimental.
Tim Tim à solidão das cadeiras,Eufrázio

A Paixão da Isa disse...

muito bonito bjs

Maria João Brito de Sousa disse...

Forte abraço, Eufrázio!

Graça Pires disse...

Nunca estará vazia a cadeira onde sentas os ausentes para que vejam os pescadores nos olhos dos peixes e colham contigo as estrelas. Tão belo, meu Amigo!
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

Ailime disse...

Muito belo e comovente este poema!
Cadeiras vazias sempre preenchidas pelo amor e saudade.
Um beijinho.
Ailime