No limite da luz
debrucei-me para ver
uma flor
soltar pétalas
mover-se
numa lufada de vento
onde se derrama
sem muros nem amos
uma flor de fragâncias
que se atiça
em pleno vôo
nesta pátria desnavegada
Debrucei-me para ver
da minha escarpa
o fulgor da vertigem
Lá estarei
na fenda da urna
a depositar
um "fósforo na palha"
eufrázio filipe
21 comentários:
...e na iminência
de se apagar o fósforo
eu sopro
para que a palha
arda
Versos e imagem, fabulosos!
De fósforo na mão, sempre!
Beijo.
Uma flor nesta patria desnavegada. Muito bom!
O poema é lindo, mas a imagem também :))
Bjos
Votos de uma óptima Quinta - Feira
E como pode não arder um fogo que se atiça a sonhos antigos e sempre novos…
Muito belo o teu poema, meu Amigo.
Um beijo.
Uma flor e o vento, seguindo o caminho
para estão destinados.
Na fenda da urna. Muito bom!
Abraço
Olinda
Por vezes temos de voltar as cinzas para delas renascer...
Bom fim de semana
Beijo
Ah... "Um fósforo na palha."
É a jovem incendiário.
Eu já cumpri meu calvário
E sou bombeiro ou paspalha.
A vida é um fio de navalha:
Jovem ou sexagenário
Equilibrando entre o vário
E o permanente que falha.
Na vida nada é eterno!
E o fogo aquece o inverno
Da alma do antigo moço.
Por isso o fogo é o fraterno
Amigo a irmos ao inferno
Buscar amor que há no fosso!
Grande abraço! Laerte.
No limite da luz, ainda terei folgo para nos vestirmos de fogo pela última vez e pela última vez estarei vivo para fazer amor contigo...
Magnífico! E será imensa a chama.
Um abraço fraterno poeta.
Esta pátria desnavegada está mesmo a precisar de voltar ao ativo...
Que o fósforo arda e pegue fogo!
Um ótimo poema, no meu sentir.
Um abraço
O voto como o amor pode ser fogo sem se ver!
Abraço
talvez
o fósforo na palha
ateie as ideias
:)
Enquanto este fiozinho que (mal) me prende à vida
não ceder de vez, também eu por lá estarei com o meu fósforo.
Abraço,
Maria João
Bem armado o enredo:
a sedução
da fresca loira palha
à distância de um pst.
Abraço.
Um poema muito belo, na sua concepção, mas de difícil interpretação para mim.
Que venha um barco para salvar a "pátria desnavegada".
Beijinhos,
Ailime
Um belo poema e uma foto muito bonita. Quem dera a corrupção fosse a palha a alimentar a combustão.
Abraço
Este poema faz mesmo chispa.
Beijinho.
Que, na prática, será mais "chover no molhado" que um "fósforo na palha".
Excelente, os meus aplausos.
Caro Eufrázio, um bom fim de semana.
Abraço.
Nesta pátria desnavegável...
É sempre inportante um fósforo na palha,
ainda que não arda, mas difunda luz e calor.
Abraço
~~~
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