quarta-feira, 23 de agosto de 2017

MEMÓRIAS À VISTA






Maravilhados
lançamos afectos
para dar sentido aos olhos dos peixes

sem querer
já tínhamos salvo o mundo
várias vezes

e assim vamos
meu amor
nas memórias à vista

mar que se alonga
a apascentar sonhos
paisagens de finisterra
neste povoado
onde só os pássaros
em bando
se julgam livres
por um instante

Eufrázio Filipe

16 comentários:

Laura Ferreira disse...

tanto mar :)

Graça Pires disse...

"mar que se alonga
a apascentar sonhos
paisagens de finisterra
neste povoado
onde só os pássaros
em bando
se julgam livres
por um instante"
Tão belo, meu Amigo!
Um beijo.

Cidália Ferreira disse...

Bonito poema! Adorei.

Beijinhos e um dia feliz

Emília Pinto disse...

E lançando afectos à nossa volta seremos capazes de mudar alguma coisa, pelo menos à nossa volta; salvar o mundo seria o mais desejado, mas a nossa pequenez não o permitiria; contentemo-nos com os pequenos milagres que os afectos conseguirão fazer na vida de algumas pessoas, nem que seja só " por um instante " Beijinho, amigo e tudo de bom para ti e para os trus. Que os afectos nunca te faltem!
Emilia

Graça Alves disse...

Mundo, que precisa de ser salvo outra vez!
Muito bonito!
Bj

Odete Ferreira disse...

Lançar redes, ligar pontos, costurando a malha do afeto.
Este poema é malha fina, onde podemos respirar.
Também fiquei maravilhada.
Bjinho

A. disse...

Só os pássaros em bando se julgam livres!...
Pobres pássaros!...
Peixes voadores, experimentam um pouco da prisão onde somos livres e... pobres pássaros, que nem um mergulho arriscam!... E acham-se eles, os pássaros em bando, livres!...
É preciso sentir aquela necessidade do mergulho na água, nas águas da placenta e arriscar a sensação de nascer de novo!... Pobres pássaros!...

Abraço

Marta Vinhais disse...

E avançar...estendendo a mão.... para respirar....
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

Graça Sampaio disse...

a última estrofe está mesmo muito bem conseguida - vívida, transparente, ondulante...

Teresa Almeida disse...

O amor a trespassar o belo poema.

Beijinho.

Majo Dutra disse...

Expressivo e muito belo.
Bj ~~~~~~~~~~~

JANE GATTI disse...

Sempre o mar, em nossa vida. Talvez pela certeza da perenidade: ele sempre quebrará na praia. Belo poema, belas imagens... Abraços.

mz disse...

Por um instante somos pássaros livres quando escrevemos poemas.

Bjs

Teresa Durães disse...

Num voo livre escreve-se poemas como este!

Maré Viva disse...

Lançando afectos...ao mar, ao ar, é preciso lança-los para que o mundo se torne um pouquinho melhor e os sonhos não morram à nascença.
Umm abraço.

Agostinho disse...

As memórias à vista são as que permanecem na geografia dos homens.

Abraço